Atualmente, o partido tem na liderança o deputado estadual Guilherme Landim, integrante do grupo liderado pelo senador Cid Gomes, rompido com o bloco do qual o presidente interino Flávio Torres faz parte.
FELIPE BARRETO REPÓRTER felipe.barreto@opiniaoce.com.br
Ex-senador Flávio Torres (centro, de amarelo), em evento que assumiu interinamente a presidência do PDT Ceará, no último dia 12 de janeiro. 📷 Junior Pentecoste.
O ex-senador e presidente interino do Diretório Estadual do PDT no Ceará, Flávio Torres, quer mudar o líder do partido na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece). Atualmente, a sigla tem como liderança o deputado estadual Guilherme Landim, ligado ao senador Cid Gomes (PDT), e um dos parlamentares que deseja trocar o PDT pelo PSB.
Conforme o ex-senador, na retomada dos trabalhos legislativos, no início de fevereiro, ele vai procurar o presidente da Alece, deputado estadual Evandro Leitão (PT) – ex-quadro pedetista – para poder votar a alteração.
“Vou procurar o Evandro Leitão, pedir uma reunião em nome do PDT e deixar claro que queremos indicar o líder”, declarou Flávio Torres. Segundo ele, o partido não pode ter alguém que queira deixar a sigla para ser o líder da bancada.
Landim e outros 13 deputados estaduais – oito titulares e cinco suplentes – pretendem deixar a sigla. Os parlamentares entraram com ação no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) para conseguir a desfiliação sem perder o mandato.
Flávio Torres, que assumiu a presidência do PDT Ceará no último dia 12 de janeiro, explicou que o estatuto da sigla estabelece 12 votos para a Comissão Provisória e mais 12 para a bancada na Assembleia, na votação para a liderança. Somado aos integrantes da Comissão os três deputados que votam com o partido – Claudio Pinho, Queiroz Filho e Antônio Henrique -, o grupo de Torres conseguiria um placar de 15 a nove para escolher o próximo líder. “Vou ver como interpreta o Regimento Interno e como o Evandro define a questão”, colocou o ex-senador.
A reportagem tentou contato com o atual líder pedetista da Alece, Guilherme Landim, mas não conseguiu retorno do parlamentar até o fim desta edição.
CRISE NO PDT E FILIAÇÃO DE GRUPO DE CID AO PSB
No PDT, a crise começou em 2022, durante a eleição para o Governo do Estado. À época, a legenda lançou o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, como o candidato ao Palácio da Abolição. A decisão acarretou o rompimento da aliança histórica entre PDT e PT. Alguns nomes pedetistas, aliás, definiram apoio ao candidato lançado pelo PT, o atual governador Elmano de Freitas (PT), e atualmente, compõem a base do chefe do Executivo, apesar do partido não definir apoio. O primeiro deputado a conseguir a desfiliação do partido foi o presidente Evandro Leitão. No entanto, a sigla não vai descansar em tentar retomar o mandato do legislador.
“O PDT ainda busca na justiça o mandato do Evandro Leitão, que foi corajoso ao se filiar ao PT antes do TSE julgar seu processo de desfiliação”, declarou Flavio Torres, que disse ainda ser amigo de Evandro, independentemente da crise que abateu a sigla e seus líderes.
Leitão, pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, se filiou ao PT antes do grupo liderado por Cid definir o seu destino partidário, que deve ser o PSB.
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