Pecuarista comete maior crime ambiental do Pantanal para plantar capim

Poderoso agrotóxico usado na guerra do Vietnã, o agente laranja, foi um dos venenos utilizados para desmatar uma área do tamanho de Campinas, SP

Créditos: Imagem retirada do vídeo

Escrito en MEIO AMBIENTE el 15/4/2024 · 08:37 hs

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Ele tem 11 fazendas no município de Barão de Melgaço, em Mato Grosso. Tem também 15 autuações por danos ao meio ambiente no Pantanal. É réu em dois processos: tentou alterar o curso natural de um rio e foi flagrado desmatando vegetação nativa em área de especial preservação. 

O nome dele é Claudecy Oliveira Lemes, de 52 anos. Agora é acusado de mais um crime ambiental: desmatou uma área equivalente à cidade de Campinas, utilizando para isso 25 tipos diferentes de agrotóxicos, inclusive o poderoso veneno conhecido como agente laranja, que os Estados Unidos despejaram sobre as florestas do Vietnã para desmatá-las e não servirem de esconderijo para os vietnamitas.

Segundo reportagem de Paulo Renato Soares, no Fantástico, foram desmatados 80 mil hectares de uma área de mata protegida do Pantanal Mato-grossense para que Claudecy plantasse capim.

No período em que estava cometendo o crime continuado, Claudecy deveria estar recuperando áreas que havia destruído anteriormente, segundo acordo judicial que havia assinado.

Ainda é impossível ter uma estimativa de quantos anos de cadeia ele pode pegar se for condenado, mas as multas já estão calculadas: somadas, chegam a quase R$ 2 bilhões e 900 milhões. Claudecy ainda terá que arcar com a reparação dos danos ambientais que causou ao Pantanal: são mais R$ 2 bilhões e 300 milhões para recuperar a vegetação.

Este é o maior crime ambiental de que se tem notícia no Pantanal. Os agrotóxicos foram despejados na área durante três anos.

"Alguns crimes são muito nítidos e a gente já pode adiantar: uso e aplicação indevida de agrotóxico; desmatamento de área de proteção ambiental e áreas de preservação permanente; e o crime de poluição em razão da destruição significativa da flora. E isso por várias vezes", disse Ana Luiza Peterlini, promotora de Justiça.

As propriedades de Claudecy vão ser administradas por uma empresa escolhida pela justiça até que terminem as investigações.

Revista Forum

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