Com uma vida política marcada pela promiscuidade partidária, Bolsonaro filiou-se ao partido comandado por Valdemar da Costa Neto, que foi preso por corrupção, sabendo que pode ser traído ou abandonado antes mesmo das eleições de 2022.
Em cerimônia marcada nesta terça-feira (30.11), Dia do Evangélico, Jair Bolsonaro finalmente firmou seu enlace com o PL, partido comandado com mãos de ferro pelo corrupto condenado Valdemar da Costa Neto, traindo parte do seu eleitorado que foi levado a acreditar no discurso anticorrupção e contra a “velha política”.
O casamento com as velhas raposas da ala mais fisiológica do Congresso Nacional, no entanto, é apenas parte de uma vida política marcada pela promiscuidade partidária, buscando o controle das oito siglas por onde já passou por ser um puxador de votos da ultradireita.
Noivinha do Centrão durante os quase 30 anos como pífio deputado, Bolsonaro encontrará muitos problemas em sua relação com o PL.
A exemplo da “DR” que teve com Valdemar da Costa Neto durante a madrugada, quando se hospedou em um hotel de luxo em Dubai, as brigas conjugais devem prosseguir no casamento.
Assim como Bolsonaro, Costa Neto não costuma honrar seus compromissos e não é aficionado pela fidelidade.
Em diversos estados, o PL mantém flertes com partidos antipáticos a Bolsonaro, como o PSDB paulista, onde Costa Neto chegou a prometer apoio à candidatura de Rodrigo Garcia ao governo do Estado.
O flerte com o tucano foi o principal motivo da DR com Bolsonaro. E embora Costa Neto tenha prometido abandonar o caso com o tucano, nos bastidores há ainda muito burburinho em largar o quase certo em São Paulo por uma incerta reeleição do presidente.
No Nordeste, muitos políticos do PL mantém laços estreitos inclusive com administrações progressistas – deixando claro que o PL cai nos braços que mais lhe convém, independente de propostas de governo ou acordos políticos.
Após turbulentas relações com os 8 partidos por onde passou, Bolsonaro se casa com o PL sabendo que tem um futuro incerto pela frente. E que pode ser traído e abandonado a qualquer momento, de acordo com o jogo político que se desenrola em torno das eleições presidenciais.