As 'moças de família' e as famílias dos moços do 'sim' ao golpe

POR JARI DA ROCHA, PARA O TIJOLAÇO
O médico e escritor Henrique Bon (autor de “A primavera Improvável” entre outros títulos) sugere, ao leitor zeloso, observar que, além da ponta do iceberg há segredos nas profundidades que, se investigadas, podem afundar muito Titanic que anda solto pelo oceano de lama do congresso brasileiro.

Implacável e ácido, Bon levanta assunto digno de sites de fofocas, cujo interesse seria apenas atiçar a curiosidade hipócrita de uma sociedade cheia de pruridos, mas que, no entanto, revela as tintas usadas para pintar o quadro do horror do domingo do SIM pelas esposas e filhos.

“A Folha de São Paulo publicou recentemente, matéria na qual uma jovem identificada como “acompanhante de homens ricos e poderosos da capital”, ostentava com orgulho, no WhatsApp, a “sua bancada” de quatro deputados (PMDB, PP e PR) favoráveis ao impeachment, três deles a se comunicar com ela em tempo real, enquanto proferiam votos em homenagem às respectivas esposas. Mais adiante a matéria – modelito publicação de amenidades de alcova entre famosos – refere-se ao iate de determinado senador, conhecido por “love boat”, palco notório de festividades de arromba que reúnem políticos a mocinhas emergentes, sequiosas de presentinhos. Outro senador, natural de Minas, segundo a jornalista, manteria em sua casa no Lago Sul, um palco no qual ” periguetes com crachá do Congresso Nacional e outras que cobram por hora costumam disputar os convites para as baladas.” Não faltaria, é claro, aqueles menos ortodoxos, que preferem a companhia de rapazes bem nutridos, mas o entrevistado, mais discreto que as meninas, optou por não dar qualquer pista sobre sua clientela VIP.

Antes que me acusem de um moralismo que não tenho (não me acho belo, tampouco recatado e do lar), deixo claro que o motivo do post está longe do desejo banal de esmiuçar a vida íntima de quem quer que seja. Pouco se me dá o esporte que pratica um cidadão em sua vida privada, seja ele parlamentar ou tanoeiro. Pergunto-me apenas: Se conhecemos a microponta do iceberg dos bastidores da alcova brasiliense, através de uma reportagem de fofocas que não ultrapassa meia dúzia de parágrafos, que poder incomensurável não exercerá Eduardo Cunha, enquanto óbvio detentor de muito mais informações cabeludas – e de toda ordem – sobre cada um de seus pares, incluídos aqui juristas e demais cabeças coroadas?”

Em outra postagem, Bon relembra.

“Só para registro: Há 158 dias dormita no Supremo o pedido de julgamento do presidente da Câmara Eduardo Cunha.”

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