Dilma na ONU: 'Brasileiros saberão impedir retrocesso'

Presidenta disse ter orgulho do trabalho desenvolvido pelo governo brasileiro para chegar ao Acordo de Paris

Presidenta Dilma Rousseff discursa durante sessão de abertura da cerimônia de assinatura do acordo de Paris. 
(Ichiro Guerra/PR)

Durante a cerimônia de assinatura do Acordo de Paris, a presidenta Dilma Rousseff mencionou a crise política que o Brasil atravessa e afirmou não ter dúvidas de que a sociedade saberá frear retrocessos em sua democracia. “Não posso terminar minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. A despeito disso, quero dizer que o Brasil é um grande país com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é um povo trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir qualquer retrocesso.”, disse, ao concluir seu discurso nas Nações Unidas.

A fala de Dilma sucedeu a do presidente da Bolívia, Evo Morales, e teve duração de nove minutos. Ela agradeceu a todos os líderes que expressaram a sua solidariedade após a votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, no dia 17 de abril.

A presidenta chegou nos Estados Unidos na noite de quinta-feira para participar da cerimônia. Aprovado em dezembro de 2015, o Acordo de Paris entrará em vigor em 2020. Um de seus principais objetivos é buscar caminhos para limitar o aquecimento global. Dilma agradeceu a equipe brasileira empenhada neste trabalho, especialmente à Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Dilma na sessão de abertura da cerimônia de assinatura
do acordo de Paris. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
“Com imensa honra e emoção, venho a Nova York no Dia da Terra para assinar o Acordo de Paris sobre mudança do clima, um acordo universal. Sua conclusão exitosa, em dezembro de 2015, representou um marco histórico na construção do mundo que queremos”, afirmou.

Dilma reforçou o compromisso do Brasil no enfrentamento às mudanças climáticas e enfatizou a necessidade indispensável de promover o desenvolvimento sustentável. “Meu governo traçou metas ambiciosas e ousadas porque sabe que os riscos associados aos efeitos negativos recaem fortemente sobre as populações vulneráveis de nosso país. Essa preocupação deve ser compartilhada por todos nós. Sem a redução da pobreza e da desigualdade, não será possível vencer o combate à mudança do clima. E esse combate tampouco pode ser feito à custa dos que menos têm e menos podem”.

Dilma também assumiu o compromisso de zerar o desmatamento na Amazônia e ampliar para 45% a participação de fontes renováveis na matriz energética do Brasil até 2030.

“Nosso desafio é restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas e outros 15 milhões de hectares de pastagens degradadas. Promoveremos também a integração de cinco milhões de hectares na relação lavoura-pecuária e florestas”.

Ao reiterar o compromisso do Brasil com os objetivos do Acordo de Paris, a presidenta assegurou que está ciente de que firmá-lo representa apenas o começo.

“O caminho que teremos de percorrer agora será ainda mais desafiador: transformar nossas ambiciosas aspirações em resultados concretos. Realizar os compromissos que assumimos irá exigir a ação convergente de todos nós, de todos os nossos países e sociedades, rumo a uma vida e a uma economia menos dependentes de combustíveis fósseis, dedicadas e comprometidas com práticas sustentáveis na sua relação com o meio ambiente”.

Escute o discurso completo:


O presidente da França, François Hollande, foi o primeiro chefe de Estado a discursar. Representantes de 160 países assinam o acordo.

Da Redação da Agência   de Notícias

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