Voluntários do Projeto TAMAR, libertam (vídeo) tartaruga-oliva em Itarema - CE

O PROJETO TAMAR em Itarema - CE, está parado há mais de um ano e tem como principal missão, pesquisa, conservação e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção, este é o trabalho árduo do Tamar, que protege cerca de 1.100km de praias, em 25 localidades em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso desses animais, no litoral e ilhas oceânicas, em nove estados brasileiros.

O Projeto Tamar-ICMBio foi criado em 1980, pelo antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal-IBDF, que mais tarde se transformou no Ibama-Instituto Brasileiro de Meio Ambiente. Hoje, é reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha e serve de modelo para outros países, sobretudo porque envolve as comunidades costeiras diretamente no seu trabalho socioambiental. MAS EM ITAREMA - CE ESTÁ PARADO HÁ MAIS DE UM ANO. PORQUE?!

O Tamar (35 anos) conta com patrocínio nacional da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, apoios e patrocínios regionais de governos estaduais e prefeituras, empresas e instituições nacionais e internacionais, além de organizações não governamentais. Mas é fundamental, sobretudo, o papel das comunidades litorâneas onde está presente e da sociedade civil em geral, que participa e colabora com o Projeto, individual e coletivamente. ENTÃO POR QUE O PROJETO TAMAR EM ITAREMA - CE ESTÁ PARADO HÁ MAIS DE UM ANO?! 

VAMOS ALERTAR AS AUTORIDADES DO ESTADO E DO MUNICÍPIO DE ITAREMA, PARA SABER OS MOTIVOS QUE FAZEM DO PROJETO NESTE MUNICÍPIO, ESTAR PARADO HÁ MAIS DE UM ANO.

As tartarugas marinhas podem morrer afogadas nas redes de pesca e também com a ingestão de lixo no mar, produzido pelo ser humano.

Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea)
Imagem: Junior Pentecoste
Na data de (07.02.2016 - domingo de carnaval), participamos das atividades, com os voluntários do Projeto Tamar em Itarema - CE, na preservação das tartarugas marinhas, onde na ocasião, fizeram a devolução ao mar, de uma tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), ameaçada de extinção, e que foi salva por estar presa em uma rede de pesca.

Ela foi resgatada pelo projeto, para ser cuidada, medicada, alimentada e devolvida ao seu habitat natural.

Esse tipo de tartaruga é de porte pequeno, que pode chegar em média de 82cm de comprimento curvilíneo de carapaça e 42 kg, vive em águas costeiras e também é encontrada em mar aberto; mares tropicais e subtropicais, oceanos Pacífico e Índico. No Atlântico, ocorrem na América do Sul e na costa oeste da África. É uma espécie carnívora. Alimenta-se de salpas, peixes, moluscos, briozoários, tunicados, águas-vivas, ovos de peixe, eventualmente alguns tipos de algas e crustáceos, tendo preferência por camarões (vixe é minha concorrente rsrsrsrs).
Status internacional: Vulnerável (classificação da IUCN)
Status no Brasil: Ameaçada.
Casco (carapaça): Seis ou mais pares de placas laterais, com coloração cinzenta (juvenis) e verde-cinzento-escuro (adultos)
Cabeça: Pequena, com mandíbulas poderosas que a ajudam na alimentação.
Nadadeiras: Dianteiras e traseiras com uma ou duas unhas visíveis, podendo ocorrer uma garra extra nas nadadeiras anteriores.
Estimativa mundial da população: 800 mil fêmeas em idade reprodutiva
Curiosidades: A área de desova está localizada entre o litoral sul do estado de Alagoas e o litoral norte da Bahia com maior densidade de desovas no estado de Sergipe. Ocorrências reprodutivas, em muito menor densidade, também são registradas no estado do Espírito Santo. Desovas ocasionais já foram registradas nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Ceará.

Imagens da programação ecológica do Tamar
Imagens: Junior Pentecoste
Voluntários do Projeto TAMAR / Itarema - CE
Imagem: Junior Pentecoste

Lembre-se que nem tudo que cai na rede é peixe!

Cada tartaruga tem tanto um nome científico como um nome comum. O nome científico identifica o gênero e a espécie, e o nome comum geralmente descreve algumas características das tartarugas.
As diferentes espécies de tartarugas marinhas gostam de se alimentar de diferentes tipos de alimentos. Possuem boca e mandíbulas especialmente adaptadas para os diferentes tipos de alimentos de que gostam. E cada uma das espécies de tartarugas marinhas, come, dorme, reproduz-se e nada em diferentes locais. Por vezes, os seus habitats se sobrepõem, no entanto na maioria das vezes cada uma tem preferências diferentes.

Estão classificadas como Ameaçadas ou Vulneráveis na Lista Vermelha da IUCN (União Mundial para a Conservação da Natureza - The World Conservation Union). Todas integram o apêndice I do CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Selvagem – Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Flora and Fauna) e todas integram também os apêndices I e H da Convenção sobre a Conservação das espécies Migratórias de Animais Selvagens, conhecida como a Convenção de Bonn (Convention for the Conservation on the Migratory Species of Wild Animals). Ajude a proteger as tartarugas marinhas. Não aceite o comércio ilegal de carne da espécie. Denuncie! 

Tipos de tartarugas marinha:

Caretta caretta
 nomes comuns: 
Cabeçuda ou Mestiça.
Imagem: Projeto Tamar
Nome Científico: Caretta caretta - nomes comuns: Cabeçuda ou Mestiça.
Status internacional e no Brasil: Endangered (classificação da IUCN).  Ameaçada.
Distribuição: Ocorre nos mares tropicais e subtropicais de todo mundo e também em águas temperadas.
Habitat: Variável ao longo do ciclo de vida. Os filhotes e juvenis vivem em alto-mar; os adultos em áreas de alimentação situadas a profundidades entre 25 e 50m; sub-adultos têm sido capturados incidentalmente.
Tamanho: Até 136 cm de comprimento curvilíneo de carapaça no Brasil.
Peso: Média de 140 kg.
Casco (carapaça): Carapaça óssea, com cinco pares de placas laterais (o que a diferencia das demais espécies), de coloração marrom-amarelado.
Cabeça: Possui uma cabeça grande e uma mandíbula extremamente forte, com dois pares de placas pré-frontais e três pares de placas pós-orbitais.
Nadadeiras: Anteriores/dianteiras curtas e grossas e com duas unhas; as posteriores/traseiras possuem duas a três unhas.
Dieta: São carnívoras, alimentando-se de caranguejos, moluscos, mexilhões e outros invertebrados triturados com ajuda dos músculos poderosos da mandíbula.
Estimativa mundial da população: 60 mil fêmeas em idade reprodutiva.
Curiosidades: No Brasil, as áreas prioritárias de desova estão localizadas no norte da Bahia, Espírito Santo, norte do Rio de Janeiro e Sergipe.

Eretmochelys imbricata
 nomes comuns: de 
pente ou legítimaImagem: Projeto Tamar
Nome Científico: Eretmochelys imbricata - nomes comuns: de pente ou legítima.
Status internacional e no Brasil: Criticamente ameaçada (classificação da IUCN).
Distribuição: É considerada a mais tropical de todas as tartarugas marinhas e está distribuída entre mares tropicais e por vezes sub-tropicais dos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico.
Habitat: Prefere recifes de corais e águas costeiras rasas. Pode ser encontrada, ocasionalmente, em águas profundas.
Tamanho: Até 110 cm de comprimento curvilíneo de carapaça no Brasil.
Peso: Em média 86kg.
Casco (carapaça): Quatro placas laterais de cor marrom e amarelada, que se imbricam como telhas e dois pares de escamas pré-frontais.
Cabeça: Relativamente pequena e alongada. O bico se assemelha ao de um falcão. Dois pares de escamas pré-frontais.
Nadadeiras: Anteriores (dianteiras) e posteriores (traseiras) com duas unhas (garras).
Dieta: Esponjas, anêmonas, lulas e camarões; a cabeça e o bico estreitos permitem buscar o alimento nas fendas dos recifes de corais.
Estimativa mundial da população: 34 mil fêmeas em idade reprodutiva.
Curiosidades: Desova no litoral norte da Bahia e Sergipe; e no litoral sul do Rio Grande do Norte. Há ainda outras áreas com menor concentração de desovas, mas que devem ser ressaltadas: Paraíba, Ceará e Espírito Santo. Há evidências de desovas regulares, mas também em menor número, no estado de Pernambuco e no norte do Rio Grande do Norte.

Dermochelys coriacea
 nomes comuns: de 
couro ou giganteImagem: Projeto Tamar
Nome Científico: Dermochelys coriacea - nomes comuns: de couro ou gigante.
Status internacional: Vulnerável (classificação da IUCN).
Status no Brasil: Criticamente ameaçada.
Distribuição: Todos os oceanos tropicais e temperados do mundo.
Habitat: Vive usualmente na zona oceânica durante a maior parte da vida. A única área regular de desova conhecida no Brasil situa-se no litoral norte do Espírito Santo.
Tamanho: Até 178cm de comprimento curvilíneo de carapaça.
Peso: Em média 400kg. O máximo peso já registrado foi 916 kg.
Casco (carapaça): Composto por uma camada de pele fina e resistente e milhares de pequenas placas ósseas, formando sete quilhas ao longo do comprimento, daí o nome popular, de couro. Apenas os filhotes apresentam placa.
Cabeça: Proporcionalmente pequena, com mandíbulas poderosas em forma de W, com lâminas afiadíssimas para a captura de águas-vivas.
Nadadeiras: As dianteiras podem atingir mais de dois metros.
Dieta: A dieta é composta por zooplâncton gelatinoso, como celenterados, pyrossomos e salpas.
Estimativa mundial da população: 34 mil fêmeas em idade reprodutiva.
Curiosidades: A área conhecida com desovas regulares situa-se no litoral norte do Espírito Santo, com relatos de desovas ocasionais no Rio Grande do Norte, Bahia, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Há também registros de ocorrências reprodutivas no Piauí.

Chelonia mydas
 nomes comuns: Verde ou Aruanã
Imagem: Projeto Tamar
Nome Científico: Chelonia mydas - nomes comuns: Verde ou Aruanã.
Status internacional: Ameaçada (classificação da IUCN).
Status no Brasil: Vulnerável.
Distribuição: Ocorre nos mares tropicais e subtropicais, em águas costeiras e ao redor das ilhas, sendo freqüente a ocorrência de juvenis em águas temperadas.
Habitat: Habitualmente em águas costeiras com muita vegetação (áreas de forrageio), ilhas ou baías onde estão protegidas, sendo raramente avistadas em alto-mar.
Tamanho: Até 143cm de comprimento curvilíneo de carapaça.
Peso: Média de 160kg.
Casco (carapaça): Quatro pares de placas laterais de cor verde ou verde-acinzentado escuro; marrom quando juvenis.
Cabeça: Pequena, com um único par de escamas pré-frontais e uma mandíbula serrilhada que facilita a alimentação.
Nadadeiras: Anteriores (dianteiras) e posteriores (traseiras) com uma unha visível.
Dieta: Varia consideravelmente durante o ciclo de vida: enquanto filhote é uma espécie onívora com tendências carnívoras, tornando-se basicamente herbívora a partir dos 25/35cm de casco.
Estimativa mundial da população: 203 mil fêmeas em idade reprodutiva.
Curiosidades: As desovas ocorrem principalmente nas ilhas oceânicas, Ilha da Trindade (ES), Atol das Rocas (RN) e Fernando de Noronha (PE). Na costa brasileira, áreas de desova secundárias ocorrem no litoral norte do estado da Bahia. Esporadicamente ocorrem também ninhos nos estados do Espírito Santo, Sergipe e Rio Grande do Norte.

Atenção!
Se uma tartaruga marinha estiver se mexendo, solte-a. A natureza agradece.
Se ela estiver meio mole ou aparentemente morta, você pode tentar salvá-la:

Como?
- Ligar para os Bombeiros ou Ibama.
- Coloque a tartaruga na sombra com a cabeça mais baixa que o resto do corpo;
- Se possível, coloque um pano bastante úmido sobre o casco;
- Quando ela já estiver se mexendo, libere-a ao mar.

Uma tartaruga afogada, pode ficar desacordada muitas horas. Ela só pode ser considerada realmente morta, depois de mais de 24 horas sem se mexer.

Confira o vídeo abaixo do momento que a tartaruga é libertada para seu habitat natural.


Texto Clóvis Almeida (Junior Pentecoste) - Jornalista MTB-SRMTE/CE-3416

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