Globo erra ao noticiar “fraudes” no Bolsa Família – e se recusa a corrigir


Desde domingo passado (4), o jornal O Globo vem publicando uma série de reportagens sobre o Programa Bolsa Família. O primeiro título, que ocupou a manchete principal, foi “Mercadores da Miséria”. O texto anuncia que o programa, para o qual o governo Dilma Rousseff destina recursos crescentes com o objetivo de erradicar a pobreza extrema no Brasil, vem sendo alvo frequente de fraudes de “políticos e servidores que deveriam cuidar de iniciativas voltadas para a população carente incluem parentes, amigos e até gato entre os beneficiários”.

O alvo declarado da série é denunciar as irregularidades do programa. A “reportagem” do jornal, entretanto, não investiu na apuração desses desvios, conforme deixa a entender o texto de apresentação da primeira página do jornal, ao indicar “revelações” de dois de seus repórteres. Nada mais enganoso. Todas as irregularidades relatadas pelo jornal foram descobertas pelo próprio Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome.

Tampouco se trata de uma enxurrada de irregularidades, como a colagem de um caso a outro na série de reportagens pode induzir o leitor. Há relatos de casos descobertos pelos mecanismos de controle do Governo Federal desde 2004, não se tratando de “alvo frequente de fraudes”. Além do cumprimento das obrigações exigidas pelo MDS – sem as quais os beneficiários perdem direito ao auxílio - a CGU (Controladoria Geral da União) também fiscaliza a destinação de parte desses recursos.

As reportagens trazem erros, mas eles não podem ser corrigidos – segundo a resposta do jornal. Ou seja, o MDS não poderá apontar que as “revelações”, na verdade, são um ajuntamento de casos detectados pelo próprio ministério e que algumas delas desde 2009. Essa postura desmente o tão propagado documento “Princípios Editoriais Das Organizações Globo”, que o grupo empresarial que publica o jornal divulgou como normas para a prática de bom jornalismo.

Um dos trechos da nota de esclarecimento que o jornal se recusa a publicar, diz:

“As matérias trazem equívocos, como o fato de publicar casos antigos para mostrar ‘deficiências’ e falta de controle das ações do Plano Brasil Sem Miséria, que tem um ano. Um exemplo é o caso do gato Billy, fraude detectada em 2009, e que só foi descoberta graças ao eficiente acompanhamento do peso e saúde, uma das condicionalidades do Bolsa Família.

Quanto mais eficiente for o controle das ações, mais transparência terão os resultados. Para o governo, as fiscalizações, denúncias e controle social garantem que, hoje, o Bolsa Família seja reconhecido internacionalmente como o programa que chega a quem mais precisa. Assim como a punição àqueles que tentam fraudar o sistema em proveito próprio”.

Para o jornal, não é importante. A resposta dada pelo jornalista Antônio Góis foi de que, por ser uma série de matérias, é política do jornal não publicar cartas com resposta do envolvido na matéria, antes do final da série.

Ou seja, entope-se o leitor com inverdades e erros, para só depois, ao final, reconhecer os erros.

Não custa lembrar que os “princípios” das Organizações Globo dizem defender, na sua Seção I, que “os atributos da informação de qualidade (...) estão na apuração, edição e publicação de uma reportagem, seja ela factual ou analítica” e que “os diversos ângulos que cercam os acontecimentos que ela busca retratar ou analisar devem ser abordados”.

Mais: diz ainda que “o contraditório deve ser sempre acolhido, o que implica dizer que todos os diretamente envolvidos no assunto têm direito à sua versão sobre os fatos, à expressão de seus pontos de vista ou a dar as explicações que considerarem convenientes”.

Em outro tópico, propaga que “todo veículo jornalístico tem uma responsabilidade social. Se é verdade que nenhum jornalista tem o condão de, certeiramente, escolher que informações são ‘boas’ ou ‘más’, é legítima a preocupação com os efeitos maléficos que uma informação possa causar à sociedade. Esse é um tema complexo, e sempre dependente da análise do momento. A regra de ouro é divulgar tudo, na suposição de que a sociedade é adulta e tem o direito de ser informada. A crença de que os veículos jornalísticos, ao não fazerem restrições a temas, estimulam comportamentos desviantes é apenas isso: uma crença”.

Mais: “Os erros devem ser corrigidos, sem subterfúgios e com destaque. Não há erro maior do que deixar os que ocorrem sem a devida correção”;

A tentativa de se assemelhar à imprensa exercida em países desenvolvidos, como se vê, fica no campo das intenções.

Tal postura em nada se parece com o modo como o Bolsa Família foi noticiado pela mídia internacional, que reconhece o programa como um dos mais eficientes programas de transferência de renda e de combate à pobreza extrema atualmente existentes no mundo.

Não é só a mídia. Governos e entidades apartidárias também reconhecem a excelência do Bolsa Família.

Tanto é assim que a ONU (Organização das Nações Unidas) reconheceu sua excelência, adotando-o como referência mundial. Os mecanismos de concessão de benefícios e fiscalização do Bolsa Família - criados nos governos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff -  estão entre os mais recomendados pela ONU para combater a fome e a miséria em países pobres. Graças também à redução da miséria no Brasil, o ex-presidente Lula foi homenageado por governos de outros países e instituições de seriedade indiscutível, como, por exemplo:

  • Prêmio Príncipe das Astúrias, do governo da Espanha, concedido em 2003
  • Prêmio L ‘homme de l ‘année (Homem do Ano), entregue pelo jornal Le Monde (França), edição 2009
  • Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny, da Unesco, concedido em 2010;
  • Prêmio das Quatro Liberdades, Holanda, 2012
  • Prêmio Nelson Mandela de Direitos Humanos, Canadá -2012 – Toronto (Canadá)
  • Prêmio Internacional da Catalunha, Espanha 2012


  

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