Agripino assume liderança do DEM no Senado e fala em expulsar Demóstenes

O presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), foi escolhido pela bancada nesta terça-feira (27) para ser o novo líder do partido no Senado.

Ele vai substituir o senador Demóstenes Torres (GO), que pediu afastamento para se defender das acusações de envolvimento em um esquema de corrupção chefiado pelo empresário do ramo de jogos de azar Carlinhos Cachoeira.

No início da tarde, Demóstenes apresentou uma carta a Agripino afirmando que iria...
deixar a liderança para “acompanhar a evolução dos fatos anunciados” contra ele. Em seguida, os cinco senadores democratas – Clovis Fecury (MA), Jayme Campos (MT) e Maria do Carmo Alves (SE), além de Demóstenes e Agripino – reuniram-se e aprovaram consensualmente o nome do presidente nacional para ocupar o cargo.

De acordo com Agripino Maia, Demóstenes voltará à tribuna do Senado para dar explicações “assim que tiver ciência do que está sendo acusado”.

— A situação é incômoda, mas é preciso esclarecer os fatos, aplicar legitimidade na denúncia. É isso que o senador Demóstenes e o partido querem. Ele precisa conhecer os elementos que a PGR (Procuradoria-Geral da República) tem para exercer seu direito de defesa. Se efetivadas as denúncias, ele irá à tribuna para se explicar e o partido tomará decisões em consenso.

Também hoje, um grupo de parlamentares que se reuniu com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que ele prometeu encaminhar ao STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de investigação sobre as relações de Demóstenes com Cachoeira, que foi preso em uma operação da Polícia Federal que desmontou uma quadrilha que explorava caça-níqueis.

Perguntado sobre a possibilidade de expulsar o senador Demóstenes do DEM, como ocorreu com o ex-governador José Roberto Arruda - pivô do escândalo desvendado pela operação Caixa de Pandora, da PF, que apontou um esquema de corrupção no governo do Distrito Federal -, Agripino foi categórico.

— O DEM tem um conceito, uma história a zelar. Se os fatos forem graves, o partido não hesitará em adotar um posicionamento.

Carta

Durante a tarde, Demóstenes evitou falar com a imprensa, mas enviou uma carta ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), em que afirma ser vítima de ataques. No documento, ele diz que irá se manifestar novamente na tribuna da Casa quando tiver acesso às acusações de que será alvo.

Leia a íntegra da carta:

“Senhor presidente, como vossa excelência tem acompanhado, sofro nas últimas semanas toda sorte de ataques à minha honra, sem que sejam observadas as garantias constitucionais previstas em qualquer estado democrático de direito.

Meu desejo é ocupar a tribuna do Senado tão logo tenha acesso ao conteúdo dos autos que, segundo afirmam, estão em poder do Procurador-Geral da República. Não me escusarei de responder a qualquer questionamento que, porventura, seja feito pelos senhores senadores e senhoras senadoras.

Reafirmo o que disse no plenário: se existe alguma suspeita sobre o meu procedimento, exijo profunda e meticulosa investigação no foro constitucionalmente adequado, qual seja, o Supremo Tribunal Federal.

Aproveito a oportunidade para comunicar a Vossa excelência que, para acompanhar a evolução dos fatos e versões noticiados nos últimos dias, me afastei hoje da liderança do democratas no Senado Federal.

Atenciosamente, senador Demóstenes Torres.”
R7

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