"Bolsonaro conspirou antes de eleito, depois de eleito, no poder e fora dele. A sua 'verdade' não liberta ninguém", diz Arnóbio Rocha
Jair Bolsonaro (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)
Por questões profissionais tenho me dedicado ao tema, segurança da informação, proteção de dados, como esses vetores influenciam/impactam no negócio, mais precisamente no risco, ao não se proteger ou negligência na SEC Info.
Bolsonaro jura de pĂ© junto que foi "roubado" em 2018, assim como AĂ©cio fora em 2014, insinuando que algum vĂcio o impediu de ir Ă fundo, a teoria do Carlos Sampaio.
No caso de Bolsonaro, ele tem convicção, como o Moro, de que venceu no primeiro turno, como teoria da conspiração rocambolesca de que venceu, mas sĂł levou no segundo turno, porque a fraude no primeiro, nĂŁo foi possĂvel no segundo, na famosa reuniĂŁo ele pede ao "estatĂstico" Paulo Guedes que explique a teoria maluca.
A importância dessa tese Ă© fundamental pra farsa do seu fracassado "governo" contra o "sistema", assim ele explica tudo, o STF bandido, corrupto, das urnas fraudadas, da esquerda em conluio com o TSE, que o STF liberou o bandido Lula e por aĂ vai, apagando um importante debate do que foi seu perĂodo triste.
Ou seja, Bolsonaro conspirou antes de eleito, depois de eleito, no poder e fora dele. A sua "verdade" não liberta ninguém, cada dia parece óbvio que seus atos contra o Estado o levará à condenação.
Tentou derrubar a República, ameaçou os poderes, bisbilhotando a vida dos adversários e dos seus aliados, um paranoico, que está mais desesperado, agora convoca ato para "demonstrar sua verdade contra o STF, o sistema que o persegue".
Chama um ato público em São Paulo, com apoio do Governador e o prefeito, com as máquinas públicas à disposição, com ajuda das igrejas neopentecostais, com uma base de extrema-direita que sempre lhe deu público.
Ora, se isso Ă© visto como apenas um "Programa de Domingo", um domingo no parque, nĂŁo como uma afronta ao Estado de Direito, fica difĂcil de debater.
Importante notar uma movimentação midiática para lançar suspeição sob Alexandre de Moraes, atribuindo a ele uma conduta reprovável do processo, o que parece uma clara visĂŁo de criar uma saĂda sem punição, sem prisĂŁo. Os acĂłlitos do passapanismo estĂŁo em campo.
Voltando aos riscos, eles podem ser admitidos e não ter consequências para uma empresa, mas, ao mesmo tempo, podem destruir a reputação e a própria empresa.
É isso que vamos correr? Conscientemente de que não há riscos ou baixo que vale a pena correr.
Obviamente nĂŁo Ă© o que penso.
Este artigo nĂŁo representa a opiniĂŁo do Blog, e Ă© de responsabilidade do colunista ArnĂłbio Rocha – Advogado civilista, membro do Sindicato dos Advogados de SP, ex-vice-presidente da CDH da OAB-SP, autor do Blog arnobiorocha.com.br e do livro "Crise 2.0: A taxa de lucro reloaded". Via 247