FACÇÃO DO CRIME ORGANIZADO COMPROU O "FUZIL DO BOLSONARO"

Jair foi na fábrica fazer marketing. O crime gostou do produto

Leandro Demori

Lembram? O então candidato Jair Bolsonaro visitou a fábrica da Taurus em 2017. Esteve lá para lançar o fuzil T4, que chamou de 'nosso T4'. Aí está.

Governo nega que decreto libere venda de fuzil; Taurus diz ter encomendas |  VEJA

Depois de eleito, Bolsonaro presidente liberou a venda do T4 com seus decretos sobre armas e munições. O governo chegou a negar que a nova legislação permitisse a venda de fuzis.

A Casa Civil, comandada pelo ministro Onyx Lorenzoni, rebateu a informação e informou que o decreto não enquadra o fuzil T4 como arma de uso permitido. Segundo o órgão, a arma “é de uso restrito e, por isso, o cidadão comum não consegue adquiri-la”.

Mentira, claro: os fuzis estão sendo vendidos como nunca. A Taurus fez até mesmo uma promoção chamada T4 Week para dar descontos para civis e bombar as vendas, que bateram recorde.

Viva o crime

O PCC vem se aproveitando dos decretos de Bolsonaro.

Em Uberlândia, a Polícia Federal apreendeu na casa de um outro integrante do PCC duas carabinas, um fuzil T4, duas pistolas, uma espingarda e um revólver. Ocorridos em três Estados diferentes, esses não são casos isolados. Indicam antes uma nova forma de agir do crime organizado.

Isso: o PCC está comprando armas legalmente, com nota fiscal. O “fuzil do Bolsonaro” está na praça, municiado para ser usado contra a sociedade.

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🧶1 - Como a política de Bolsonaro está armando o PCC. A ‘cesta básica do crime’, formada por fuzis, carabinas e pistolas, ficou até 65% mais barata com a liberação das armas. Veja na coluna de hoje. @Estadao

estadao.com.br/politica/inves…

Do promotor Lincoln Gakiya, um dos maiores especialistas em PCC, cujo líder do crime, Marcola, mandou matar.

“Eles (integrantes do PCC) pagavam de R$ 35 mil até R$ 59 mil num fuzil no mercado paralelo e agora pagam de R$ 12 mil a R$ 15 mil um (fuzil calibre) 556 com nota fiscal”, afirma o promotor.

”Imagine o custo, o peso e o trabalho para trazer de helicóptero do Paraguai ou da Bolívia 6 mil munições de calibre 556 (usadas em fuzis) se com apenas um CAC você pode fazer isso no Brasil. Compensa e bastante.”

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