Sindjorce lamenta assassinato de comunicador e cobra apuração

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) lamenta o assassinato de Givanildo Oliveira, proprietário do canal virtual de notícias “Pirambu News”, ocorrido em Fortaleza, na noite da segunda-feira (7/02). Ao mesmo tempo em que se solidariza com a família da vítima, a diretoria da entidade sindical cobra a apuração do crime, para saber se está relacionado a atuação do comunicador popular.


Givanildo Oliveira, conhecido como “Gigi”, era o criador e administrava as redes sociais do canal, que acumulava mais de 73.600 seguidores no Instagram, Facebook, YouTube e no blog de notícias. Nas postagens, ele divulgava matérias contra violência, denúncias e casos que ocorriam principalmente no bairro Pirambu.

Conforme testemunhas, Gigi foi atingido por diversos disparos de arma de fogo (a maior parte no rosto), na esquina da Avenida Doutor Theberge com a Rua Nossa Senhora das Graças. Ele morreu próximo de casa.

A última postagem feita por Gigi nas redes sociais do Pirambu News foi noticiando a prisão de um suspeito de matar duas pessoas no bairro, no domingo (6/02). O autor do duplo homicídio foi capturado nesta segunda-feira (7/02), no mesmo bairro que o crime ocorreu.

Entre os anos de 1995 e 2021, ao menos 70 jornalistas e comunicadores foram executados por conta do exercício da profissão no Brasil. A crescente violência contra os profissionais da mídia preocupa o Sindjorce e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), que têm defendido a federalização das investigações dos crimes contra a categoria.

Segundo o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa – 2021 da Fenaj, no ano passado, foi registrado um assassinato de jornalista, mas a violência contra a categoria segue em níveis elevados, registrando recorde pelo segundo ano consecutivo, desde o início da série histórica, em 1990. No ano que passou, foram 430 casos de violência, dois a mais que os 428 registrados em 2020.

A Diretoria do Sindjorce destaca, ainda, a necessidade de adoção de um protocolo de segurança dos jornalistas que envolva as entidades representativas dos trabalhadores, dos empregadores e as forças de segurança, sejam nacionais, estaduais ou municipais.

A violência contra jornalistas e comunicadores constitui um grave atentado à democracia.

Sindjorce

Documentário Boca Fechada aborda assassinatos de jornalistas e comunicadores no Brasil

Estreou recentemente nas plataformas de streaming o documentário Boca Fechada, que traz como tema a assustadora violência contra jornalistas e comunicadores no Brasil. Os números falam por si e impressionam: entre os anos de 1995 e 2018 foram 64 trabalhadores da mídia executados por conta do exercício da profissão. A direção é de Marcelo Costa Lordello e Aquiles Lopes de Oliveira.

Na avaliação dos diretores, o documentário tem grande relevância para o debate sobre a violência contra a imprensa no Brasil, afinal o país é o segundo mais perigoso para os comunicadores em toda a América e o décimo no ranking mundial, de acordo com os dados da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ). Os números são comparados aos de países em conflito, como Iraque e Iêmen. A diferença é que no caso brasileiro não há guerras e as mortes, segundo os relatórios do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), são uma forma de perseguição à liberdade de imprensa.

É possível comprar e assistir ao documentário no YouTube.

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