O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) lamenta o assassinato de Givanildo Oliveira, proprietário do canal virtual de notícias “Pirambu News”, ocorrido em Fortaleza, na noite da segunda-feira (7/02). Ao mesmo tempo em que se solidariza com a família da vítima, a diretoria da entidade sindical cobra a apuração do crime, para saber se está relacionado a atuação do comunicador popular.
Conforme testemunhas, Gigi foi atingido por diversos disparos de arma de fogo (a maior parte no rosto), na esquina da Avenida Doutor Theberge com a Rua Nossa Senhora das Graças. Ele morreu próximo de casa.
A última postagem feita por Gigi nas redes sociais do Pirambu News foi noticiando a prisão de um suspeito de matar duas pessoas no bairro, no domingo (6/02). O autor do duplo homicídio foi capturado nesta segunda-feira (7/02), no mesmo bairro que o crime ocorreu.
Entre os anos de 1995 e 2021, ao menos 70 jornalistas e comunicadores foram executados por conta do exercício da profissão no Brasil. A crescente violência contra os profissionais da mídia preocupa o Sindjorce e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), que têm defendido a federalização das investigações dos crimes contra a categoria.
Segundo o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa – 2021 da Fenaj, no ano passado, foi registrado um assassinato de jornalista, mas a violência contra a categoria segue em níveis elevados, registrando recorde pelo segundo ano consecutivo, desde o início da série histórica, em 1990. No ano que passou, foram 430 casos de violência, dois a mais que os 428 registrados em 2020.
A Diretoria do Sindjorce destaca, ainda, a necessidade de adoção de um protocolo de segurança dos jornalistas que envolva as entidades representativas dos trabalhadores, dos empregadores e as forças de segurança, sejam nacionais, estaduais ou municipais.
A violência contra jornalistas e comunicadores constitui um grave atentado à democracia.
Documentário Boca Fechada aborda assassinatos de jornalistas e comunicadores no Brasil
Estreou recentemente nas plataformas de streaming o documentário Boca Fechada, que traz como tema a assustadora violência contra jornalistas e comunicadores no Brasil. Os números falam por si e impressionam: entre os anos de 1995 e 2018 foram 64 trabalhadores da mídia executados por conta do exercício da profissão. A direção é de Marcelo Costa Lordello e Aquiles Lopes de Oliveira.
Na avaliação dos diretores, o documentário tem grande relevância para o debate sobre a violência contra a imprensa no Brasil, afinal o país é o segundo mais perigoso para os comunicadores em toda a América e o décimo no ranking mundial, de acordo com os dados da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ). Os números são comparados aos de países em conflito, como Iraque e Iêmen. A diferença é que no caso brasileiro não há guerras e as mortes, segundo os relatórios do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), são uma forma de perseguição à liberdade de imprensa.
É possível comprar e assistir ao documentário no YouTube.