Nova manobra de Cunha adia pela sexta vez votação da cassação

Com uma nova manobra da Mesa Diretora da Câmara, o presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiu ver adiada, pela sexta vez, a votação do relatório do seu pedido de cassação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Os deputados que fazem frente à “tropa de choque” de Cunha no Conselho criticaram a situação que se instalou na reunião do Conselho nesta quarta-feira (9). 

Agência Câmara
A sessão do Conselho, marcada por confusão entre os parlamentares,
foi mais uma vez suspensa sem uma decisão;
manifestantes criticaram Cunha
A sessão do Conselho, marcada por confusão entre os parlamentares, foi mais uma vez suspensa sem uma decisão; manifestantes criticaram Cunha na sessão do Conselho, marcada por confusão entre os parlamentares, foi mais uma vez suspensa sem uma decisão; manifestantes criticaram Cunha A polêmica ocorreu quando, após vencer várias manobras regimentais e o Conselho já ter aprovado a decisão de votar o relatório, o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), recebeu um comunicado da Mesa Diretora da Câmara, assinado pelo vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), determinando a substituição do relator do processo contra Eduardo Cunha, deputado Fausto Pinato (PRB-SP).

As críticas dos deputados, que definiram a situação como “humilhante”, receberam apoio dos manifestantes nos corredores, que não conseguiram entrar na sala de audiência, e gritavam palavras de ordem contra o presidente da Câmara.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse que “é humilhante para esse Conselho de Ética o que estamos vivendo aqui. É de uma insensatez, falta de realidade, o que estamos vivendo nessas sessões aqui”, acrescentando a citação de uma nota publicada na mídia que diz sobre o assunto: “Quando alguém faz de bobo um grupo de parlamentares experientes é porque encontrou material”.

A deputada Eliziane Gama (Rede-MA) também criticou a decisão da Mesa. “É inaceitável essa ação protelatória. Está feio, está desrespeitoso com o Brasil, querem evitar o que é real: a cassação do presidente desta Casa. É uma invasão nas prerrogativas do conselho”, acusou a deputada.

Novo relator

Araújo, tentando evitar mais protelação, acatou a decisão da Mesa Diretora de afastar o relator, e, em seguida, nomeou o deputado Zé Geraldo (PT-PA) como novo relator do processo contra o presidente Eduardo Cunha. O petista fez parte da lista tríplice eleita pelos membros do Conselho para ser escolhido pelo presidente como o relator. A primeira escolha do presidente tinha sido por Pinato, que sofreu perseguição de Cunha e seus aliados em função de ter recomendado, em seu parecer, a abertura de processo de cassação de Cunha.

A decisão de escolher Zé Geraldo, que de imediato encampou o relatório de Pinato, sem alterações, provocou a revolta dos aliados de Cunha, que questionaram a decisão. Eles alegaram que a escolha do presidente deve ser feita a partir de uma lista tríplice e, com o afastamento de Pinato, a lista ficou só com dois nomes.

O presidente do Conselho, que também já tinha sido alvo da tropa de choque de Cunha, manteve pulso forte e deu início à escolha dos três nomes para compor a lista tríplice. Os três deputados dentre os quais será escolhido o relator da representação contra Cunha, são Léo de Brito (PT-AC), Marcos Rogério (PDT-RR) e Sérgio Brito (PSD-BA). 

A sessão, marcada por confusão entre os parlamentares, foi mais uma vez suspensa sem uma decisão sobre o processo de cassação de Cunha. Nova reunião do Conselho de Ética está marcada para esta quinta-feira (10), às 9h30, quando será anunciado o novo relator. 

De Brasília

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