Cardozo se reúne com Antônio Anastasia, alvo da Operação Lava Jato, e Aécio Neves, com o ministro da justiça para pedir que tucanos não sejam investigados. Já nos bastidores, Aécio combina o golpe para assumir assumir a presidência. Ele não desiste
Por Helena Sthephanowitz - 09/09/2015
Em compromisso que não constava na agenda oficial, o ministro José Eduardo Cardozo- Ministro da Justiça - reuniu-se, nessa terça-feira (8), com os senadores do PSDB mineiro Aécio Neves e Antonio Anastasia. O encontro, confirmado por Aécio, ocorreu no Ministério da Justiça..
Um congressista do PSDB ouvido pela reportagem do jornal O Estado de São Paulo disse, que Aécio e Anastasia procuraram Cardozo para protestar contra a conduta da Polícia Federal. A PF pediu ao STF a continuidade das investigações sobre as suspeitas de que Anastasia teria recebido dinheiro de um emissário do doleiro Alberto Youssef, personagem principal da Operação Lava Jato.
A manifestação da PF junto ao Supremo ocorreu após a Procuradoria-geral da República (PGR) pedir o arquivamento do inquérito aberto para investigar o senador tucano. A agenda pública de José Eduardo Cardozo informava que ele se reuniria com a presidente Dilma Roussef pela manhã e que, à tarde, ficaria ocupado com despachos internos.
Há alguns meses, Cardozo foi duramente criticado por Aécio Neves e seus pares por receber, fora da agenda, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot e advogados
Aécio golpista
Enquanto se reuni para pedir que tucanos fiquem impunes de crimes que cometeram, a coluna Painel da Folha publicou que, Aécio Neves, foi consultado por líderes de quatro partidos de oposição sobre o lançamento do movimento pró-impeachment de Dilma, formalizado nesta terça-feira. Apesar de não querer assumir a dianteira do grupo, o senador mineiro deu sinal verde para que os deputados trabalhem pelo afastamento de Dilma. O aceno foi recebido pelos deputados como sinal de que uma aliança entre PSDB e PMDB na hipótese de queda se tornou mais viável.
O grupo tentará adicionar ao pedido de impeachment protocolado por Hélio Bicudo peças de Ives Gandra Martins e Miguel Reale Júnior. Deputados devem entrar em contato com os dois nos próximos dias.
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi consultado por um deputado que, antes de aderir formalmente, queria saber se o presidente da Câmara via possibilidade de o impeachment prosperar. Depois da conversa, decidiu participar do movimento.
O grupo que articula as ações pró-impeachment elegeu a casa de Heráclito Fortes (PSB-PI) como quartel-general. Motivo: a adega estrelada do deputado.
Painel