O diretor da Globo que quer cassar 54 milhões de votos

É uma oportunidade de as pessoas saberem como é feito o jornalismo da Globo, para além dos comentaristas e apresentadores que estão na tela.

Escrito por: Paulo Nogueira 
Fonte: Diário do Centro do Mundo

O que acontece quando um jornalista acredita na Veja e é formado pela Globo?

Bem, são grandes as chances de ele se tornar Erick Bretas.

Bretas, que ocupou diversas posições de destaque no telejornalismo da Globo e hoje é seu diretor de Mídias Digitais, fez ontem uma coisa que desafia a capacidade de compreensão.

Defendeu, no Facebook, a cassação de 54 milhões de votos dados há menos de cinco meses para Dilma.

Ele acha que Dilma deve ser objeto de impeachment. E fez questão de avisar que estará na manifestação pela queda do governo eleito em 15 de março.

Uma jornalista da grande mídia, extremamente incomodada com a fanfarronice de Bretas, foi quem me avisou.

Eu jamais ouvira falar dele, e lamento tê-lo conhecido. Mas não me surpreendo.

É uma oportunidade de as pessoas saberem como é feito o jornalismo da Globo, para além dos comentaristas e apresentadores que estão na tela.

Atrás deles, há coisa igual ou pior, como Bretas.

Ele foi diretor executivo de jornalismo da TV Globo, cargo no qual foi substituído pela jornalista Sílvia Faria, celebrizada por ter mandado tirar o nome de FHC do noticiário da Lava Jato.

Você lê Bretas e descobre por que o jornalismo da Globo é o que é.

Ele cita a Veja, publicação sem nenhum compromisso com a verdade há muitos anos, como um muçulmano se refere ao Corão.

Isso o faria um analfabeto político, apenas, não fosse a posição que ocupa na Globo.

Imagine a forma como ele editou as reportagens quando ocupou posições de chefia na emissora. Agora pense no que esperam os consumidores do jornalismo digital da Globo sob seu comando.

E o fato é que Bretas é um na multidão dentro da Globo.

Fica claro, lendo o seu bestialógico, por que a Globo escondeu o helicóptero com meia tonelada de pasta de cocaína descoberto no helicóptero de um amigo fraternal de Aécio.

Também ficou evidente por que o aeroporto de Cláudio não mereceu uma cobertura minimamente decente da Globo.

Com editores como Bretas, como esperar que a Globo fosse tratar como deveria o espetacular caso das contas secretas do HSBC?

Isso só vai virar assunto se aparecer, na lista das contas, alguém ligado ao governo. Desde que, naturalmente, nela não figure alguém da família Marinho.

Bretas é uma aberração jornalística, e uma tragédia para o jornalismo brasileiro. Dado o alcance da Globo, e seu poder de manipulação, é uma ameaça à sociedade. Quantos cidadãos ingênuos não são deformados pelo trabalho de jornalistas como ele?

Pessoalmente, gostaria de saber se sua indignação não se estende à sonegação multimilionária de sua empresa.

Também queria saber, imaginando que ele seja um advogado do livre mercado, sua opinião sobre a reserva que ainda hoje beneficia a Globo e demais empresas jornalísticas.

Talvez fosse bom também ouvi-lo sobre o Mensalão eterno da Globo – o dinheiro público em doses colossais que acorre à empresa por meio de publicidade federal.

Sem esse dinheiro, coisa de meio bilhão ao ano de reais apenas do governo federal (sem contar os estaduais), a Globo, tal como conhecemos, verga e quebra. E Bretas, o homem que quer cassar Dilma, perde sua boquinha.

Ele avisa, num tom estranhamente solene, que vai para a rua em 15 de março — não como um repórter para cobrir o protesto, ou mesmo como um editor para observar as coisas, mas como o que de fato é: um militante de direita fantasiado de jornalista. Via: FNDC

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