Cid anuncia quarta-feira (07) piso do professor. Aumento vai de 12% a 14%

Cid Gomes diz que declaração sobre salário de professores foi distorcida

Nathalia Passarinho

Alvo de piadas e críticas nas redes sociais devido a um suposto comentário feito em 2011 em relação ao salário de professores, o novo ministro da Educação, Cid Gomes, negou nesta sexta-feira (2), após assumir oficialmente o comando da pasta, ter dito que os educadores devem trabalhar por paixão e não por dinheiro. 

Ao final da cerimônia de transmissão de cargo, na qual defendeu uma reforma do currículo do ensino médio, Cid Gomes foi questionado por jornalistas sobre registros na internet de que teria feito essa afirmação.

“Me mostre onde foi que eu falei isso, um registro de que eu falei isso. Eu não disse isso. O que eu disse é que qualquer servidor público, seja ele vereador, governador, médico, deputado, professor, antes de qualquer coisa precisa ter vocação. É um espaço que você tem por natureza a posição de sacrifício pessoal. Claro que você tem que ter boa remuneração. Eu nunca disse que não. Seria um contrassenso porque sou filho de professores. Até por experiência pessoal, sei da importância de se ter boa remuneração”, respondeu.

Piso salarial
Cid Gomes informou nesta sexta-feira, ao receber o cargo do agora ex-ministro Henrique Paim, que o reajuste do piso salarial dos professores em 2015 deverá ser definido na próxima semana. Ele não quis, porém, adiantar o valor.

“O piso é pago por estados e municípios e ele já tem balizamento definido por lei. Quero conversar com representantes de quem vai receber e com quem vai pagar antes de anunciar publicamente”, declarou o ministro.

Reforma do ensino médio
Além de anunciar o aumento no piso dos professores, Cid defendeu durante a cerimônia de transmissão do cargo uma reforma no currículo do ensino médio das escolas brasileiras que leve em conta as diferenças culturais dos estados.

“Temos como grande meta melhorar a qualidade do ensino fundamental. No ensino médio, além de ampliar o acesso, reformar o currículo, compreendendo as características regionais de cada estado”, afirmou.

A cerimônia de transmissão do cargo foi realizada no Ministério da Educação. O plenário ficou lotado e contou com a presença de ministros, parlamentares e reitores de universidades federais.

Em seu discurso, Cid Gomes disse ainda que, após os esforços dos governos Lula e Dilma pela redução da desigualdade e combate a fome, é chegado o momento de trabalhar pela "inclusão pelo saber".

“Brasil pátria educadora. Este é o lema do segundo governo da nossa presidenta Dilma Rousseff. Como disse também nossa presidenta, a educação será a prioridade das prioridades. O Brasil nos últimos 12 anos teve grande êxito com políticas sociais e de segurança alimentar, permitindo que o Brasil saísse do mapa da fome. Agora o novo desafio é o da inclusão pelo saber. A educação é o caminho certeiro para o desenvolvimento humano”, disse.

Após a cerimônia, em entrevista aos jornalistas, Cid Gomes explicou que a reforma no ensino médio será discutida com educadores e diversos setores da sociedade antes de ser implementada num prazo de até dois anos.

“Acho que, começando agora, em dois anos podemos ter a sua implantação”, afirmou. Segundo Cid, as mudanças curriculares ainda serão definidas em “ampla discussão” com educadores e demais setores da sociedade.

Ele defendeu, porém, que os estudantes tenham  contato maior com matérias que possam embasar os cursos que pretendem seguir nas universidades.

Na França, por exemplo, os alunos decidem se querem se aprofundar em matérias de humanas ou exatas. “Eu pessoalmente defendo que seja oferecido aos estudantes de ensino médio um aprofundamento nas áreas que eles tenham interesse”, ressaltou.

Perfil
Cid Gomes integra uma família com tradição na política do Ceará, estado que governou de 2007 até esta quinta-feira (1). Filho de prefeito, irmão de um ex-ministro de Estado e de um deputado estadual, Cid Gomes é natural de Sobral, município do sertão cearense, onde os Gomes dão nome a vias públicas e escolas.

No ano passado, ele se desfiliou do PSB após entrar em rota de colisão com o então presidente nacional do partido e governador de Pernambuco, Eduardo Campos – morto em agosto deste ano em um acidente aéreo no litoral de São Paulo.

O futuro ministro decidiu deixar a sigla ao lado de aliados cearenses – incluindo o irmão mais velho, Ciro Gomes – no momento em que Campos rompeu com o governo Dilma Rousseff para se lançar na corrida pela Presidência. 

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