O PT que mudou o Brasil precisa reagir à mentira que lhe imputaram…

Reproduzo aqui por achar importantíssima para nossa reflexão as palavras de José Antonio Garcia Lima integrante da direção executiva da CUT-RJ, sobre a fala do Ministro Gilberto Carvalho que fez uma análise dos xingamentos à Dilma, no Itaquerão em São Paulo.

Endosso totalmente sua análise e a do Ministro. O PT que tanto fez pelo Brasil precisa parar de se comportar como um avestruz e discutir com a sociedade o que na verdade representa o projeto que vem sendo implementado e que mudou o Brasil. Tem que mostrar as armadilhas que as oligarquias empresariais colocaram no caminho do partido com o auxílio da mídia e dos grupos econômicos da direita conservadora. Tem que ter coragem de discutir seriamente com a sociedade tudo que aconteceu até agora, que foi jogado no colo do partido como se fosse verdade incontestável. 

“Sobre as declarações do Ministro Gilberto Carvalho, ontem, hoje nos jornais, de que não é só a elite branca que manifesta insatisfação com o comportamento do PT e do governo diante das denúncias de corrupção, quero manifestar minha plena concordância com o que diz.

Escudado no fato de que foi desde 2003, quando Lula assumiu o seu primeiro mandato, que as investigações de possíveis casos de corrupção que pudessem envolver o governo deixaram de ser abafadas e que a Polícia Federal sentiu-se à vontade para exercer seu dever de ofício e que a grande maioria das denúncias revelou-se sem fundamento, tanto o PT quanto o Governo passaram a assumir ares de “tenho nada com isso” e a comportar-se como um avestruz, enfiando a cabeça num buraco e esperando a ameaça passar.

Especialmente desde as denúncias que originaram o processo que ficou jocosamente conhecido como “O Mensalão”, mas que, hoje, se reconhece que melhor seria chamá-lo “O Mentirão”, o Partido e o Governo abandonaram os denunciados à própria sorte e assistiram, impassíveis, as suas condenações.


Mesmo quando juristas renomados vieram a público denunciar que aquele julgamento era uma farsa, que estava baseado em notáveis irregularidades e que, na melhor das hipóteses, era um “ponto fora da curva”, não se motivaram a encarar uma discussão corajosa e altaneira com a sociedade, refutando as acusações e dizendo do processo político de que se tratava.

Se é que deu certo eleitoralmente, e é isso que afirmam muitos, jamais se poderá saber o quanto de atraso nas mudanças que se pretendia o silêncio leniente ocasionou, mas ninguém ousa dizer que não resultou em qualquer prejuízo.

Mais, gostemos ou não, certamente redundou numa relação de troca, com os aliados, bem mais custosa do que se previa, o que também resultou em notáveis recuos nas transformações que são necessárias implementar.

Ainda hoje, quando o “julgamento do mensalão” está completamente desmoralizado e o seu condutor vai jogando a toalha e sendo abandonado pelos que o estimulavam, diante da revisão inevitável, o PT tem-se demonstrado incapaz de recuperar a dianteira da luta contra a cabal injustiça ali perpetrada.

Penso, até, que a tal elite branca sequer acredita, por um instante que seja, que as denúncias de que se apropria sejam verdadeiras. De que os presentes que os Joaquim Barbosa da vida lhe ofertam sejam factíveis. Mas o seu principal objetivo é o lento gotejamento, capaz de gerar uma impressão que se transforma em dúvida que passa a ser certeza no imaginário coletivo. É esse gotejamento que refere o Ministro.

E ao fazer o alerta do gotejamento que altera percepções o Ministro, penso, há de provocar alguma discussão no interior do PT e, mesmo, do Governo que integra, de que talvez – e só talvez, mas, ameaçadoramente, talvez – o processo de sucesso eleitoral dos avestruzes esteja esgotado e o projeto que vem, muito lentamente, alterando o tecido social brasileiro, completamente ameaçado.

Ao assumir o papel provocador que assumiu, o Gilberto Carvalho repõe em cena o papel militante de que nenhum dos envolvidos com esse projeto há tantos anos, seja presidente, ministro, dirigente de qualquer organização, tem o direito de se afastar.

Gracias, Gilbertinho!”

Vejam aqui a fala do Ministro Gilberto Carvalho citadas no texto de José Antonio Garcia Lima que foram reproduzidas no Site 247:

Em encontro com blogueiros, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, deu sua versão sobre o episódio dos xingamentos feitos a presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão.

“Me permitam, pessoal, no Itaquerão não tinha só elite branca não. Não fui pro jogo, mas estive ao lado [do Itaquerão], numa escola (…), fui e voltei de metrô. Não tinha só elite no metrô. Tinha muito moleque gritando palavrão dentro do metrô que não tinha nada a ver com elite branca”, afirmou.

Ele atribui o caso à “pancadaria” que a gestão do PT sofre diariamente na imprensa.

“A coisa desceu. Isso foi gotejando, de água mole em pedra dura, esse cacete diário de que inventamos a corrupção, de que nós aparelhamos o Estado brasileiro, de que somos um bando de aventureiros que veio aqui para se locupletar, essa história pegou. Na elite, na classe média, e vai gotejando, vai descendo. Porque não demos o combate, não conseguimos fazer o contraponto.”

A declaração contrapõe à estratégia usada pelo governo e pelo PT para lidar com o ocorrido. Eles atribuem as ofensas proferidas a integrantes das classes privilegiadas.

Independente disso, o PT avalia que a imagem da presidente saiu fortalecida nas redes sociais desde então. Vários setores da sociedade, mídia e até o presidente do STF, Joaquim Barbosa, condenaram os xingamentos. Quem usou o caso como arma eleitoral, como o presidenciável tucano Aécio Neves, logo mudou de versão.

O PT tem o dever de mostrar a verdade dos fatos e limpar sua imagem perante a sociedade. Não deve assumir uma culpa que não tem e deixar que continuem a criminalizar e maltratar lideranças do partido que não merecem o que estão passando. A AP 470 tem que ser revista, anulada, pois, todas as provas consequentes de inocência dos réus estão nos autos. É seu dever histórico e político fazer isso!

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