UM JEITO TUCANO DE FALAR EM SUBORNO

"Jeitinho", expressão brasileira para um modo de agir informal amplamente aceito, que se vale de improvisação, flexibilidade, criatividade, intuição, etc., diante de situações inesperadas, difíceis ou complexas, não baseado em regras, procedimentos ou técnicas estipuladas previamente. "Dar um jeito" ou "Dar um jeitinho" significa encontrar alguma solução não ideal ou previsível. Por exemplo, para acomodar uma pessoa a mais inesperada em uma refeição, "dá-se um jeitinho".

O "jeito" ou "jeitinho" pode se referir a soluções que driblam normas, ou que criam artifícios de validade ética duvidável.

A expressão "jeitinho" no diminutivo em certos casos, assume um sentido puramente negativo, significando não só driblar mas violar normas e convenções sociais, uma forma dissimulada de navegação social tipicamente brasileira, na qual são utilizados recursos como apelo e chantagem emocional, laços emocionais e familiares, recompensas, promessas, dinheiro, e outros ou francamente anti-éticos para obter favores para si ou para outrem, às vezes confundido ou significando suborno ou corrupção.

Pagamento de propina, para ser aprovado no exame da carteira de habilitação de motoristas.

Dar dinheiro para o guarda de trânsito não aplicar uma multa. A frase "tem como dar um jeitinho?", não é necessariamente considerada suborno, apenas um apelo ao uso de flexibilidade, complacência.

Deixar tudo pra última hora: pagamentos, procedimentos burocráticos, responsabilidades.

Chorar para um vendedor o desrespeitando, para fazer seu trabalho mão de obra muito mais barato.

Os adeptos do "jeitinho" consideram de alto status agir desta forma, como se isto significasse ser uma pessoa articulada, bem posicionada socialmente, capaz de obter vantagens inclusive ilícitas, consideradas imorais por outras culturas.

A corrupção no Brasil afeta diretamente o bem-estar dos cidadãos brasileiros quando diminui os investimentos públicos na saúde, na educação, em infraestrutura, segurança, habitação, entre outros direitos essenciais à vida, e fere criminalmente a Constituição quando amplia a exclusão social e a desigualdade econômica.

Neste vídeo retrata-se o jeito tucano de falar em suborno.

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