Valores teriam sido
pagos por empresas como Alstom, Bombardier e Tejofran a empresas de consultoria
usadas para recolher recursos para funcionários e políticos do PSDB; implantado
na gestão Mario Covas, o esquema teria continuado nos governos de José Serra e
Geraldo Alckmin; peça central do esquema, consultor Jorge Fagali Neto teve US$
6,5 milhões bloqueados na Suíça.
247 - A Polícia
Federal está cada vez mais perto de desvendar o esquema de desvio de recursos
do metrô paulista, usado para abastecer o caixa de campanhas políticas do PSDB
em São Paulo.
Reportagem dos
jornalistas Flávio Ferreira, Mario Cesar Carvalho e José Ernesto Credendio
(leia aqui)
aponta propinas de R$ 52 milhões, que teriam sido pagas a consultorias pelas
empresas envolvidas no cartel dos trens.
De acordo com a
Polícia Federal, Alstom, Siemens, Bombardier e Tejofran teriam repassado esses
valores para empresas ligadas aos irmãos Fagali, arrecadadores de campanha do
PSDB, a Robson Marinho, ex-secretário da Casa Civil de Mário Covas, e Romeu
Pinto Jr., outro empresário ligado aos tucanos.
Um dos alvos
principais da investigação é a consultoria MCA, de Pinto Jr., que recebeu R$
45,7 milhões da Alstom, em recursos depositados no Brasil e na Suíça. Depois
disso, o dinheiro ou foi sacado em espécie ou movimentado por doleiros, sem que
se possa determinar o destino. Outras consultorias investigadas são a ENV e a
Acqua-Lux.
Outra empresa citada
no cartel, a Tejofran, que despontou durante o governo Mario Covas, pagou R$
1,5 milhão à consultoria BJG, que era controlada pelo ex-secretário estadual de
transportes, José Fagali Neto. Próximo a José Serra, ele é investigado desde
2008, quando foram descobertos pagamentos de US$ 6,5 milhões na Suíça – os
recursos estão bloqueados por determinação judicial.
O advogado Belisário
dos Santos Jr., que defende Fagali Neto, argumenta que ele poderá comprovar que
prestou serviços de consultoria.