Policia Federal: "Operação Cactus" cumpre mandados judiciais em 20 Cidades do Ceará


A operação ''Cactus'', da Polícia Federal, investiga contratos da ordem de R$ 48 milhões em 20 cidades do Ceará, Aparecida de Goiânia (GO), Brasília (DF) e Natal (RN). Segundo a delegada da Polícia Federal e coordenadora da operação, Cláudia Braga, os recursos eram destinados, especialmente, à execução de obras de combate à seca. 

Cerca de 50 pessoas estão sendo investigadas na operação.  Entre os crimes cometidos estão fraude em licitações, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, falsidade de documentos e tráfico de influência. Os mandados foram expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal, em Fortaleza, e a investigação corre em segredo de justiça, razão pela qual a PF não divulgou nenhum nome de pessoas investigadas. Segundo a PF,  em todos os locais de busca e apreensão de documentos havia indícios de envolvimento ou facilitação para o desvio de recursos.

Delegada da Policia Federal, Claudia Braga
explica como eram cometidos os crimes

De acordo com a Polícia, a organização se servia de lobby político para direcionar os recursos federais para determinados municípios. A organização se incumbia de todo o processo licitatório, escolhendo desde as empresas que participariam da licitação e até quem seria o vencedor. "As investigações tiveram início em 2008, quando foram identificadas  que empresas gerenciadas por 'laranjas' e até empresas fantasmas haviam vencido licitações", explica a delegada.

Veja vídeo aqui


Israel Carvalho, da Controladoria Geral da União (CGU)
explica como acontecia os desvios
Os valores transferidos da União para os municípios, por meio de diversos órgãos, no período investigado, entre 2008 e 2013, são da ordem de R$ 48 milhões. Ainda não se sabe quanto desse valor teria sido desviado.

"O envolvimento não é somente do Dnocs", disse o assessor da CGU, Israel Carvalho. "O Dnocs é um dos órgãos que repassaram recursos a determinadas prefeituras. Foi identificado durante o processo que esse grupo, liderado por um lobista, fazia a intermediação da aplicação e da captação desse recurso junto aos municípios", acrescentou.

Além do Dnocs houve buscas em empresas, residências de empresários e pessoas físicas possivelmente envolvidas. Em 62 mandados judiciais de busca e apreensão, foram recolhidos diversos documentos e mídias eletrônicas.

Após identificados, os suspeitos deverão ser enquadrados em crimes como fraude licitatória, tráfico de influência, formação de quadrilha e corrupção ativa e passiva. Ainda segundo Israel, a suspeita é que a fraude tenha ocorrido "em todo o processo", desde a captação dos recursos, passando pela sua descentralização e pela execução. "Foram identificadas empresas fantasmas, (...) empresas laranjas", disse.

Além disso, há a suspeita de direcionamento de licitações, superfaturamento e não realização de serviços, além de divergências na qualidade e na quantidade dos serviços previstos, disse o assessor. "O desvio ocorre dessa maneira", concluiu. A operação tem o objetivo de identificar e colher provas da atuação de um grupo organizado que desviava recursos federais repassados a vinte municípios do Ceará.

Eis a lista dos municípios que receberam repasses federais sob investigação: Fortaleza, Aiuaba, Apuiarés, Barbalha, Canindé, Catarina, Guaraciaba do Norte, Iguatu, Irauçuba, Itapipoca, Itapiúna, Juazeiro do Norte, Morada Nova, Mucambo, Quixeramobim, Reriutaba, Saboeiro,Tarrafas, Tejuçuoca e Ubajara. Além desses, há outros três cidades fora do Ceará: Aparecida (GO), Brasília e Natal (RN).

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