Morre o Ex-rei do Camboja, Norodom Sihanouk, fato ocorrido em Pequim

O rei do Camboja, Norodom Sihanouk, morreu nesta segunda-feira aos 89 anos em Pequim. Sihanouk atravessou uma vida atribulada e polêmica, governando o Camboja como monarca nominal entre 1941 e 1955, durante o fim do período colonial francês, e mais tarde entre 1993 e 2004, após o fim do regime genocida do Khmer Vermelho. Sihanouk foi coroado rei em 1941 aos 18 anos e primeiro governou como um monarca absoluto, prestando homenagens apenas aos franceses. Quando o Khmer tomou o poder, em 1975, ele foi chamado de colaboracionista dos comunistas - embora tenha ficado preso e tenha perdido cinco filhos, mortos pelo Khmer. Na década de 1990, após a queda do Khmer,
ele assumiu um papel de pacificador e monarca constitucional do Camboja.
Desde janeiro, Sihanouk vivia em Pequim, onde recebia tratamento médico para várias doenças que sofreu nos últimos anos, entre elas câncer no cólon, diabetes e hipertensão. O príncipe Sisowath Thomico, sobrinho de Sihanouk, disse que o monarca sofreu um ataque cardíaco em um hospital de Pequim e faleceu na madrugada desta segunda-feira.
Sihanouk abdicou da monarquia em 2004, citando problemas de saúde. Ele foi sucedido por seu filho Norodom Sihamoni. Nesta segunda-feira, Sihamoni e o primeiro-ministro do Camboja Hun Sen foram a Pequim buscar o corpo do falecido monarca. Um funeral oficial deverá ser realizado na capital cambojana em data ainda não marcada.
Nascido em 31 de outubro de 1922, Sihanouk foi coroado em 1941 rei do Camboja pelos franceses, que achavam que o jovem nobre seria mais facilmente controlado que outros parentes na linha sucessória real cambojana. Em 1955, dois anos após o fim do regime colonial, Sihanouk abdicou do trono, organizou um partido político e manteve vários mandatos como primeiro-ministro do Camboja. Em 1963, ele mudou a Constituição e virou primeiro-ministro vitalício. Ele foi um dos fundados do Movimento dos Países Não Alinhados. Em 1970, devido à crescente aliança com a China e o Vietnã, Sihanouk foi deposto em um golpe de Estado. Ele fugiu e a partir do exílio começou a apoiar a guerrilha do Khmer Vermelho - um grupo maoista violento, que chegou ao poder em 1975 e conduziu um genocídio, matando 1,7 milhão de cambojanos. Sihanouk voltou ao Camboja e foi preso por seus ex-aliados comunistas - só não foi fuzilado devido à interferência do líder chinês Chu En-Lai.
Sihanouk virou então um títere do ditador Pol Pot. Em 1978, tropas do Vietnã invadiram o Camboja e derrubaram o Khmer. Sihanouk, contudo, denunciou a invasão vietnamita e organizou um exército que prosseguiu a guerra. No final dos anos 1980, suas tropas contaram com apoio do então presidente norte-americano Ronald Reagan, que desenvolvia uma política contra a União Soviética e o Vietnã, aliado dos soviéticos. Sihanouk voltou do exílio na China ao Camboja em 1991 após a retirada dos vietnamitas e conseguiu restaurar a monarquia, com poderes limitados, em 1993.
As informações são da Associated Press.
Vamos nessa: Camboja, um país que ainda tenta se reerguer após o fim da ditadura do Khmer Rouge. O regime, liderado pelo comandante Pol Pot, foi responsável por um dos maiores genocídios da história – cerca de 20% da população do país foi exterminada entre 1975 e 1979; dentre outras épocas de guerras sangrentas desde 1955. Conheça um pouco desta história...
Guerra do Camboja
O Camboja fica no sul da Ásia, no sudoeste do Vietnã. Essa região pertenceu à França, no contexto imperialista,e durante a Segunda Guerra foi dominada pelos japoneses. Em 1955, ela tornou-se independente, instalando-se em suas fronteiras uma Monarquia constitucional.
Também esse país passou pela conjuntura revolucionária da Guerra Fria, evidenciando-se a presença de forças favoráveis aos norte-americanos e aos soviéticos. Já na época da independência, o príncipe Norodom Sihanuk procurou manter-se neutro em relação à Guerra do Vietnã, atitude que não agradou aos Estados Unidos. Por esse motivo, o príncipe foi deposto em 1970 e em seu lugar assumiu um governante de confiança dos norte-americanos. A resistência, então, organizou-se, reunindo comunistas e adeptos do príncipe Norodom, formando a Frente Nacional da Kampuchea (FUNK).
A rebelião estendeu-se por grandes áreas do Camboja, onde se registrou interferência norte-americana, em maio de 1970. Entretanto, protestos realizados pela população norte-americana no interior do território de seu país obrigaram o invasor a abandonar o local. Contudo, a ajuda dos Estados Unidos continuou em forma de bombardeios às regiões ocupadas pelos guerrilheiros. Não obstante, em abril de 1975, o Khmer Vermelho (nome da oposição liberada por Sihanuk) tomou o poder, instalando a República Democrática da Kampuchea. O projeto político não se efetivou devida às diferentes facções, surgindo a liderança de Pol Pot em oposição à anterior. Novos e violentos conflitos, envolvendo a população urbana, trouxeram a morte de muitos e a aproximação da China à revolução. Em 1978, a Frente Unida para a Salvação de Kampuchea iniciou sua luta, culminando com a deposição de Pol Pot em 1979.
Fonte: www.guerras.brasilescola.com.br

GUERRA DE GUERRILHAS

Reconhecido como parte da União Francesa, o Camboja institui a monarquia constitucional em 1946, tendo o príncipe Norodom Sihanouk como chefe de Estado. Declara-se neutro na guerra vietnamita entre 1946 e 1954, quando sua independência é reconhecida. Em 1970, a pretexto de destruir santuários vietcongs em território cambojano, os Estados Unidos patrocinam um golpe militar e intervêm com tropas próprias. A guerra reúne numa frente comunistas (Khmer Vermelho) e monarquistas. Os Estados Unidos retiram suas tropas em 1973, em decorrência do Acordo de Paris. Os nacionalistas de direita proclamam a República e tentam derrotar militarmente a frente Khmer-Sihanouk. Esta ocupa a capital, Pnom Penh, em 1975. Os monarquistas aceitam a República. Nas eleições de março de 1976, Sihanouk é eleito presidente e forma um governo de coalizão com o Khmer. Desentendimentos sobre o programa de reconstrução do país obrigam Sihanouk a retirar-se, deixando o Khmer Vermelho formar um governo exclusivo em abril de 1976.O novo governo do Khmer implanta então seu programa: força a transferência da população das cidades para o campo, reduz drasticamente a atividade industrial e isola o país. Dirigido pelo Partido Comunista do Kampuchea (novo nome do país), sob a liderança de Pol Pot, o governo se aproxima da China e rompe relações com o Vietnã.

Invasão vietnamita

Em dezembro de 1978, o Camboja é invadido por tropas do Vietnã, que instalam no poder dissidentes cambojanos rompidos com o Khmer. Inicia-se uma guerra de guerrilhas, sob o comando de Pol Pot, líder do Khmer Vermelho. O novo governo não é reconhecido internacionalmente e Pol Pot apresenta-se, inclusive na ONU, como representante legítimo do país. Durante dez anos, o país, já devastado durante o regime do Khmer, convive com intensa guerra civil. Forçadas pela aliança das forças oposicionistas, sob a presidência do príncipe Sihanouk e vice-presidência de um líder do Khmer Vermelho, as tropas vietnamitas deixam o Camboja em 1989. O plano de paz da ONU, acordado em agosto de 1990, prevê a criação de um Conselho Nacional Supremo de Transição (CNST), o desarmamento das forças em luta, retirada de todas as forças estrangeiras, integração das forças armadas guerrilheiras num exército nacional unificado e convocação de eleições. O acordo de paz é assinado em Paris, em outubro de 1992, com a formação do CNST, tendo o príncipe Norodom Sihanouk como presidente. A ONU envia contingentes de paz para garantir o cumprimento do acordo.
Fonte: www.meusestudos.com


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