Pretexto para acelerar o fim do julgamento é o tratamento de Joaquim Barbosa na Alemanha; manchetes com as condenações à prisão de José Dirceu, José Genoíno Delúbio Soares e João Paulo Cunha poderão ser usadas no último horário eleitoral; no entanto, ministros da corte, como Gilmar Mendes, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello devem rechaçar prisões imediatas
17/10/2012 - Candidatos da oposição que concorrem ao segundo turno nas eleições municipais, como José Serra, em São Paulo, e ACM Neto, em Salvador, terão um último trunfo antes do segundo turno. Até lá, os ministros do Supremo Tribunal Federal terão concluído a chamada dosimetria das penas e será possível conhecer o eventual tempo de reclusão dos réus do mensalão, como José Dirceu, José Genoíno Delúbio Soares e João Paulo Cunha. Manchete garantida para os jornais antes do segundo turno e eventual tema a ser explorado nos últimos programas eleitorais.
O pretexto para acelerar o fim do julgamento é um tratamento de saúde que Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal 470, fará contra suas dores crônicas na coluna, em Dusseldorf, na Alemanha. Ele embarca no dia 29, segunda-feira seguinte ao segundo turno. Ou seja: terá tempo para votar e também posar para fotos com eleitores, assim como fez no primeiro turno.
Sobre o fim do julgamento, os ministros estão otimistas. “Parece que esta e a outra serão suficientes”, diz Marco Aurélio Mello. “Está indo bem, né?”, afirmou Gilmar Mendes. E o próprio Ricardo Lewandowski afirmou que a dosimetria não é um problema difícil de ser resolvido.
Apesar do eventual sopro de esperança para os candidatos da oposição, num ponto eles serão derrotados. O pedido de Roberto Gurgel, procurador-geral da República, para que os réus sejam imediatamente presos, não deve ser acolhido pelo STF, a não ser por Joaquim Barbosa. Isso porque ainda será necessário esperar a publicação do acórdão, que levará 60 dias e os embargos que serão apresentados pelos réus. Ou seja: prisões, se houver, só em 2013.
Brasil 247
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