Casos de violência norteiam discursos na tribuna da Câmara de Fortaleza

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Vereadores se posicionaram sobre a questão da Segurança Pública no Estado. Foto: CMFor

Os altos índices da violência no Ceará não foram mencionados na Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (28), visto que a sessão plenária da Casa não ocorreu por problemas de dedetização. No entanto, o assunto norteou os trabalhos na Câmara Municipal de Fortaleza. Vereadores da base e oposição lamentaram os crimes ocorridos no Estado e tentaram encontrar uma solução para a criminalidade, em especial na Capital cearense.

Indignado com o assassinato de um jovem no Município de Caucaia, o vereador Danilo Lopes (PSD) culpou a Justiça por aplicar leis que, em sua avaliação, beneficiam mais os criminosos do que as vítimas. Ele lembrou que no caso específico, o autor do crime foi detido em menos de 24 horas pela Polícia Civil.

“Esse caso demonstra que a Justiça brasileira está fracassada. A revolta na cidade está gigante por conta da morte desse menino, que você só saberá a dor dos pais se se colocar no lugar deles. Recursos temos, leis temos. Agora, como um rapaz que tira a vida de um trabalhador vai ser julgado? Não suporto mais essa situação de pessoas inocentes sendo assassinadas“, lamentou.

Ele desafiou o Tribunal de Justiça do Ceará a não permitir que crimes desse tipo voltem a acontecer e que criminosos como do caso em questão não tenham possibilidade de saída dos presídios. “É preciso exigir do TJCE rigor quando se tratar de crime desse tipo. Minha revolta está concluída aqui, mas eu espero uma resposta do Tribunal de Justiça”.

Atuando na área da Segurança, o vereador Paulo Martins (PDT) afirmou que a Polícia está “enxugando gelo”, visto que apesar do empenho da Polícia na captura de bandidos, na maioria dos casos a Justiça libera os indivíduos em audiências de custódia. “É muito complicado o momento em que vivemos no Brasil. Temos que deixar questões partidárias de lado e as leis precisa ter mais rigor. As leis só têm privilegiado bandidos”, defendeu.

Ele também citou a demissão do ex-secretário de Segurança Pública, afirmando que o governador Elmano de Freitas demorou quase um ano e meio antes de tomar a decisão de exoneração de Samuel Elânio. “Fica claro que a Secretaria não deu uma resposta à altura. Os crimes de homicídios estão aumentando. O trabalhador  está indo pro trabalho e é assaltado, voltando e é assaltado. A gente fica refém, só esperando a hora de ser assaltado”.

Código Penal

Marcelo Mendes (PL) afirmou que as pessoas perderam a capacidade de se assustar com cenas de guerra observadas no Brasil.  Segundo ele, a violência urbana tem seu nascedouro na questão política. Ele fez um comparativo da criminalidade no Ceará com a de outros estados, como Santa Catarina, Goiás, São Paulo e Pernambuco. “Por que os índices do Ceará só pioram se o código penal é o mesmo? Porque a política de segurança é débil, frágil e covarde há 20 anos”, disparou.

Didi Mangueira (PDT), vice-líder do Governo Sarto na Câmara de Fortaleza, defendeu maior atenção com a situação da violência não só no Congresso Nacional e Assembleia Legislativa, mas em todas as casas políticas. Segundo ele, quando exonerou o secretário de Segurança Pública, o governador Elmano de Freitas reconheceu “os índices alarmantes” da insegurança no Ceará. “Ele deu sinais de que reconhece que essa área não está bem”, pontuou.

Blog do Edison Silva

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