Israel diz ter retomado controle de territórios e anuncia bloqueio a Gaza: 'sem eletricidade, comida e combustível'

Há dois dias, o grupo armado Hamas lançou um ataque contra o território israelense. Foguetes foram lançados a partir da Faixa de Gaza.

Por g1

Israel afirmou nesta segunda-feira (9) que restabeleceu o controle das comunidades ao redor da Faixa de Gaza (entenda o que é mais abaixo). Há dois dias, o grupo armado Hamas lançou um ataque contra o território israelense.

Nesta manhã, o porta-voz das forças militares de Israel afirmou que as tropas batalhavam em sete ou oito pontos nos arredores da Faixa de Gaza. Quatro divisões de combate foram instaladas no sul do país.

No entanto, segundo a defesa de Israel, a operação para estabelecer a segurança na região levou mais tempo do que o esperado.

Vale destacar que ainda há conflito em regiões específicas de Gaza. O Hamas informou que quatro prisioneiros israelenses e seus sequestradores foram mortos em ataques israelenses desde domingo.

O ministro da defesa de Israel, Yoav Galant, ordenou ainda o bloqueio total em Gaza e disse: "sem eletricidade, sem alimentos e combustível". Ele afirmou que a medida faz parte de um movimento contra pessoas violentas.

Guerra declarada após ataques

No sábado (7), o Hamas lançou foguetes contra cidades israelenses a partir da Faixa de Gaza, enquanto homens armados invadiam o território israelense por terra, ar e mar. Em seguida, os israelenses revidaram e declararam estado de guerra.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, chegou a dizer que a Faixa de Gaza pagaria um "preço pesado, que vai mudar a realidade de gerações".

Cerca de 123 mil pessoas foram internamente deslocadas dentro da Faixa de Gaza, de acordo com levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU). A agência da ONU afirmou ainda que existem relatos de escassez de alimentos na região.

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Israel x Hamas

Palestinos assumem o controle de tanque israelense depois de cruzar a fronteira de Israel com Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023. — 📷: Said Khatib/AFP

O conflito, que chega ao terceiro dia nesta segunda-feira, provocou a morte de ao menos 1.200 pessoas, sendo 700 em Israel, 493 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjordânia, segundo o balanço mais recente.

Nos últimos dias, sirenes foram ouvidas em várias partes de Israel, incluindo grandes cidades, como Tel Aviv e Jerusalém. Os ataques atingiram prédios e veículos, causando estragos em diversas regiões do país.

Pela terra, pelo ar e pelo mar, homens armados do Hamas invadiram o território israelense na região sul do país. Agências internacionais relataram que esses homens atiraram contra pessoas que estavam nas ruas.

Dezenas de moradores israelenses foram levados como reféns para a Faixa de Gaza. A imprensa israelense informou que o grupo pode ter sequestrado cerca de 100 pessoas.

Faixa de Gaza

A Faixa de Gaza é um território controlado pelo Hamas, que jurou destruir Israel e travou várias guerras com o país desde que assumiu o poder em Gaza em 2007.

O local é um território situado entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo, e abriga cerca de 2,3 milhões de pessoas — uma das maiores densidades populacionais do mundo. A Faixa tem comprimento de 41 km e 10 km de largura.

O espaço aéreo de Gaza e sua costa marítima é controlada por Israel. Os israelenses também restringem quais mercadorias e quem pode entrar e sair da região. O Egito, por sua vez, controla quem atravessa a fronteira.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de e 80% da população de Gaza depende de ajuda internacional e 1 milhão de pessoas contam com ajuda alimentar diária.

O que é o Hamas?

O Hamas é o maior dentre diversos grupos de militantes islâmicos da Palestina. O grupo é classificado como terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido, bem como outras potências globais.

O nome em árabe é um acrônimo para Movimento de Resistência Islâmica, que teve origem em 1987, após o início da primeira intifada palestina contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

Em sua fundação, o Estatuto do Hamas definiu a Palestina histórica, incluindo o atual território de Israel, como terra islâmica e excluiu qualquer paz permanente com o Estado judeu. O documento também ataca os judeus como povo, fortalecendo acusações de que o grupo é antissemita.

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, falou em uma entrevista à Al-Jazeera que que o bloqueio de Gaza e a normalização das relações de Israel com os países árabes foram algumas das razões para essa ofensiva.

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