O presidente Jair Bolsonaro (PL) mantém em sua longa lista de inimigos um nome no topo. Trata-se do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. O chefe do Poder Executivo tem dito a aliados que quer o impeachment do membro da Corte a todo custo e que, se for reeleito, pressionará o Senado para conseguir o resultado desejado.
A decisão de Bolsonaro passa muito pela condenação de Daniel Silveira (PTB), julgado na última quarta-feira (20) pelo plenário do STF e condenado a 8 anos de prisão, além da perda de mandato. Embora dez dos onze ministros tenham votado pela condenação, inclusive André Mendonça, nomeado pelo presidente, o foco dele é apenas Alexandre de Moraes.
Segundo a jornalista Bela Megale, do O Globo, nos corredores de Brasília fala-se que a intenção da campanha de Bolsonaro é trabalhar por sua reeleição, mas também aumentar a base no Senado justamente para não obter constantes derrotas e garantir a viabilidade de um pedido de impeachment contra Moraes, que tem sido implacável contra bolsonaristas e também contra a família presidencial.
Embora queira pedir a saída do ministro do STF em 2023, como forma de vingança pelas constantes derrotas no Supremo, Bolsonaro sabe que não teria vida fácil. A começar pelo fato de que ele não passa nem perto de ter a garantia de reeleição, já que segue bem atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas presidenciais.
Outro fator determinante é que, numa eventual improvável vitória, ele teria que conseguir a maioria absoluta do Senado para garantir o impeachment de um ministro do Supremo. Ele chegou a apresentar um pedido contra Moraes, mas sequer houve andamento, com Rodrigo Pacheco (PSD) rejeitando a solicitação.