Após acusação de Bolsonaro, Paulo Marinho rebate: ‘Quem quer o mandato do Flávio é o MP'

O empresário Paulo Marinho, ex-presidente do PSDB no Rio e suplente do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), respondeu as acusações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em entrevista na manhã desta quarta-feira. Ao Pânico, da Jovem Pan, o chefe do Executivo se irritou com uma pergunta de André Marinho, filho do empresário, e afirmou que o pai do humorista é o "maior interessado" na vaga de Flávio do Senado.

Filipe Vidon

Horas depois, Paulo Marinho publicou um vídeo nas redes sociais para rebater Bolsonaro. Ex-aliados, o empresário se disse surpreso com a atitude "descortês" do presidente e afirmou que Bolsonaro repete a mesma "ladainha".

“Me surpreendi com a maneira descortês com que você tratou meu filho. Sempre tratei os seus muito bem. Sabe qual a diferença entre nós? Eu eduquei meus filhos para serem honestos, pessoas do bem e não temerem os poderosos como você. Aliás, capitão, para de repetir essa ladainha de que eu quero o mandato do seu filho. Quem quer o mandato do Flávio é o Ministério Público, capitão”, provocou.

Mais cedo, Bolsonaro encerrou uma entrevista após ter ficado irritado com uma pergunta sobre a prática da "rachadinha" no Rio de Janeiro feita por André Marinho. O humorista não citou diretamente Flávio Bolsonaro, investigado pelo Ministério Público pela mesma prática, mas o presidente prontamente demonstrou irritação e concluiu a entrevista. Bolsonaro também disse que apoiou a indicação de Paulo Marinho como suplente de Flávio por ter confiança dele:

— Você sabe que eu sou presidente da República e respondo sobre meus atos, tá ok? Então não vou aceitar provocação tua. E você recolha-se ao teu jornalismo. Não vou aceitar. Se não encerro a entrevista agora. O teu pai é o maior interessado na cadeira do Flávio Bolsonaro. Não vou discutir contigo ou acaba a entrevista aqui (...) O teu pai quer a cadeira do Flávio Bolsonaro. Eu decidi com o Flávio indicar teu pai para primeiro suplente, em confiança nele. Não tem mais conversa contigo. — disse o presidente.

No mesmo vídeo, Paulo Marinho também pediu para que o presidente se lembrasse do seu ex-ministro Gustavo Bebianno, morto em março de 2020. Bebianno, que foi um dos primeiros apoiadores do presidente antes de sua campanha presidencial, foi demitido do comando da Secretaria-Geral por Bolsonaro nos primeiros meses de mandato em meio a um conflito interno entre ele e o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente.

— E olha, para terminar, quero lhe dizer o seguinte. Você lembra do nosso amigo Gustavo Bebianno? Talvez você já tenha esquecido dele. Com certeza já esqueceu. Mas ele não lhe esqueceu. Pode ter certeza disso. Quando você estiver chorando no banheiro do palácio, lembre dele. Ele não lhe esqueceu, tá bom? — finalizou. O Globo

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