Golpistas tentam impedir que Dilma diga na ONU o óbvio: Golpe é Golpe!

Na tentativa de evitar que os principais líderes mundiais tomem conhecimento do momento político em curso no Brasil, a oposição está partindo para a censura prévia; o Solidariedade, partido do deputado Paulinho da Força (SP), decidiu pedir à Justiça Federal que impeça a presidente Dilma de viajar aos EUA para participar da cerimônia de assinatura do Pacto de Paris, na ONU; Dilma deverá usar a tribuna das Nações Unidas para denunciar o golpe contra seu mandato urdido no Senado; na avaliação da legenda, ao usar o evento para criticar o processo de impeachment, Dilma falaria sobre um "tema particular" e, dessa forma, não poderia viajar com verba pública; oposicionistas como o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino, e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) também criticaram a presidente; detalhe: Paulinho virou réu no STF, o democrata foi condenado pelo TCE-AM por desvios de R$ 4,6 milhões, e o tucano foi cassado quando governava a Paraíba


247 - Na tentativa de evitar que os principais líderes mundiais tomem conhecimento do momento político em curso no Brasil, com ameaça à democracia, a oposição está partindo agora para a censura prévia.

Capitaneado pelo Partido Solidariedade, do deputado Paulinho da Força (SP), a oposição decidiu pedir à Justiça Federal que impeça a presidente Dilma Rousseff (PT) de viajar aos Estados Unidos com recursos da União para participar de um evento na Organização das Nações Unidas (ONU), na próxima sexta-feira (22).

Como o 247 mostrou, a presidente Dilma pretende fazer um discurso duro contra o impeachment na cerimônia de assinatura do Pacto de Paris, na ONU (leia aqui). Nessa terça-feira (19), em entrevista a jornalistas estrangeiros, com emissão para 56 países, Dilma reforçou que esse processo da Câmara não é de impeachment, mas a tentativa de eleição indireta.

Na avaliação do Solidariedade, ao usar o evento para criticar o processo de impeachment que tramita no Congresso, a presidente vai falar sobre um tema particular e, dessa forma, não poderia viajar.

O líder da bancada do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), criticou o discurso que Dilma deve fazer nos EUA. "Acho que é um erro grave que ela comete. Ela vai a Nova York com o fim único e exclusivo de denunciar um suposto golpe que ela tenha sido vítima. Esse papel de vítima não cabe. O rito que ela sofreu na Câmara tem respaldo legal e constitucional, referendado pelo Supremo Tribunal Federal", disse.

Em março deste ano, o democrata foi alvo de uma condenação do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), que determinou a devolução de R$ 4,6 milhões aos cofres da prefeitura de Manaus, além de uma multa de R$ 23 mil. Segundo auditoria realizada pelo TCE, Avelino praticou sobrepreço nos contratos de aluguéis de prédios usados como escolas no período em que foi secretário de Educação de Manaus (veja aqui).

Outro oposicionista a criticar a conduta da presidente foi o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), que, inclusive, foi foi cassado por ter distribuído 35 mil cheques a cidadãos carentes durante a campanha eleitoral em 2006 na Paraíba.

"Quem ama o Brasil de verdade, não fala mal do Brasil no estrangeiro. Não é possível que ela queira levar para a ONU o mesmo discurso retórico, o mesmo blablablá, a mesma verborragia que ela tem usado aqui com essa história de golpe porque ela não conseque responder às acusações que lhe são dirigidas. Seria um desserviço, seria um crime de lesa-pátria, seria um ultraje ver a presidente da República, no exercício ainda das suas funções, usar a tribuna da ONU para denegrir a imagem do Brasil no exterior", declarou.

O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, disse considerar legítima a possibilidade de que a presidente Dilma Rousseff denuncie o golpe parlamentar em curso no Brasil em seu discurso na Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU).

"É uma decisão que ela toma, é legítimo que o faça, ela fará no exercício de suas funções como representante do Estado brasileiro", afirmou Cardozo após deixar a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta feira, que iria julgar a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. O julgamento foi adiado por decisão da Corte.

O discurso de Dilma na ONU está marcado para esta sexta-feira (22), em Nova York (EUA). Na ocasião, a presidente Dilma poderá denunciar o golpe contra o seu mandato que ganhou corpo com a sessão da Câmara dos Deputados que aprovou a abertura do processo pelo seu afastamento no domingo (17).

Apesar de considerar a iniciativa legítima, Cardozo disse que a decisão de denunciar ou não o golpe compete à própria presidente. "Não cabe a mim definir isso, eu faço apenas a defesa jurisdicional. O que ela irá falar é uma decisão dela e daqueles que a acompanham na área internacional", afirmou.

"A presidente da República é chefe de governo e chefe do Estado, ela tem o direito de representar o pais com pronunciamento naquilo que ela acha que deve fazer. Ela está no exercício pleno do seu mandato e como tal deve agir", concluiu.

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