Por Altamiro Borges
O demo Alberto Fraga é o líder da bancada da bala na Câmara dos Deputados. Ele foi o mais votado no Distrito Federal com base num discurso de "justiceiro", que mata bandidos e persegue corruptos. Pura demagogia de um notório populista de direita, que beira o fascismo. A marca do seu mandato é a do preconceito e ódio. Em maio último, ele chegou a ameaçar a deputada Jandira Feghali (PCdoB), afirmando que ela deveria "apanhar como homem". Nos últimos meses, ele também despontou como chefão da cruzada pelo impeachment de Dilma. Mas o seu tempo de valentão pode estar chegando ao fim. Segundo reportagem do site Consultor Jurídico, Alberto Fraga agora é réu em processo no STF.

O valentão até tentou escapar do processo, alegando "inépcia das denúncias", mas o relator do caso, o ministro Teori Zavascki, rejeitou seus apelos. "Não é inepta a denúncia, pois narrou os fatos em tese delituosos, as condutas dos agentes, com as devidas circunstâncias... Não é necessário que a denúncia descreva minuciosamente [os fatos]. Impõe, sim, uma descrição lógica e coerente, de modo a permitir ao acusado entender a imputação e exercer a defesa, e isso ocorreu", argumentou o ministro. Para ele, os documentos e depoimentos são consistentes justificam a abertura do processo no STF.
Como registra o site Consultor Jurídico, este não é primeiro processo contra o deputado bravateiro e charlatão. "Fraga já é réu de outras três ações penais. Nelas, ele responde por concussão, peculato, falsidade ideológica e crimes contra o sistema nacional de armas. Além de ser investigado em outros dois inquéritos por crimes contra a Lei de Licitações. O deputado, que é coronel da reserva da PM, já foi condenado em primeira instância no Tribunal de Justiça do Distrito Federal pelo crime de porte ilegal de arma de fogo e de munições de uso restrito".
Neste último caso, a investigação foi aberta quando agentes da Polícia Federal encontraram no flat de Alberto Fraga em Brasília um revólver calibre 357 Magnum, de uso restrito das Forças Armadas, seis projéteis para a arma, 283 munições de uso restrito (145 de calibre 9 mm, marca Magtech; 92 de .40, marcas CBC e Magtech; e 46 calibre 357 Magnum) e mais 1.112 munições de arma de fogo de uso permitido. Talvez agora, como réu no STF, o líder da bancada de bala pense em utilizar este arsenal para destituir a presidenta Dilma, os ministros do Supremo e a própria República.