Executivos da OAS presos pela Lava Jato pedem acesso a delações

Defesa alega que interrogatório da Polícia se baseou em falas de delatores. Dirigentes da construtora permaneceram calados durante depoimento à PF.

A defesa dos executivos e funcionários da Construtora OAS presos pela Polícia Federal solicitou ao juíz federal Sérgio Moro, responsável na primeira instância pela Operação Lava Jato, acesso aos depoimentos da delação premiada dos executivos Júlio Camargo e Augusto Ribeiro, da Toyo Setal. O pedido foi feito na noite desta segunda-feira (17).

Na petição, os advogados de Alexandre Portela Barbosa, José Ricardo Nogueira Breghirolli, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, José Adelmário Pinheiro Filho e Agenor Franklin Magalhães Medeiros afirmam que boa parte das perguntas dirigidas aos clientes durante depoimento à Polícia Federal foram baseadas na delação dos executivos. O juiz federal Sérgio Moro ainda não respondeu à solicitação feita pelos funcionários da OAS.

"Basta ler os quesitos formulados pela i. autoridade policial, evidentemente com base em material do qual têm acesso direto [...] Na r. decisão que decretou as prisões temporária e preventiva dos requerentes, esse d. Juízo utilizou de forma taxativa os depoimentos tomados em delação premiada como fundamento às cautelares pessoais", afirmam os advogados no requerimento.

"A autoridade policial, o MPF e o d. Juízo têm acesso total e irrestrito ao conteúdo das delações, que motivaram as prisões. A defesa, não [...] Tal situação viola de forma frontal a ampla defesa e o direito dos investigados de terem acesso à integra do conteúdo das delações e seus termos", concluem os defensores.

Os executivos e funcionários da construtora permaneceram calados durante todo o depoimento colhido pela Polícia nesta segunda. Segundo os advogados explicam na petição, os clientes foram orientados a permanecer em silêncio até que tenham acesso aos documentos relacionados à investigação, "particularmente a documentos relacionados a delações premiadas".

No pedido, a defesa não cita os depoimentos da delação premiada do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.


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