BARBOSA: 'CONDENADOS MERECEM O OSTRACISMO'

Em Londres, o presidente do Supremo Tribunal Federal decidiu bater duro nos réus condenados na Ação Penal 470; "Eu tenho algo a dizer: eu acho que a imprensa brasileira presta um grande desserviço ao país ao abrir suas páginas nobres a pessoas condenadas por corrupção. Pessoas condenadas por corrupção devem ficar no ostracismo. Faz parte da pena", diz ele; Barbosa criticou ainda o que chamou de "glorificação" dos réus, "como se fossem verdadeiros heróis"; neste fim de semana, João Paulo Cunha afirmou que falta "civilidade" ao chefe do Judiciário; decisões ilegais no processo de execução penal motivaram um manifesto de juristas e intelectuais contra abusos de Barbosa; de quem a história se lembrará: do presidente do STF que pode se transformar em candidato ou de políticos como José Dirceu e José Genoino?


247 - Em Londres, onde cumpre a última etapa de suas férias, com diárias pagas pelo Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa decidiu bater duro nos condenados na Ação Penal 470.

O motivo foi a entrevista recente do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara dos Deputados, que criticou a "pirotecnia" e a "falta de civilidade" do chefe do Judiciário (leia mais aqui).

"Esse senhor foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal, pelos 11 ministros do STF. Eu não tenho costume de dialogar com réu. Eu não falo com réu", disse Barbosa. "Não faz parte dos meus hábitos, nem dos meus métodos de trabalho ficar de conversinha com réu."

O ministro também criticou a imprensa brasileira por dar voz aos condenados. No caso de João Paulo, nunca é demais lembrar, que ele foi condenado por Barbosa de maneira irregular – o juiz apontou como desvios verbas que foram efetivamente pagas pela Câmara dos Deputados a veículos como Globo, Abril e Folha. "Eu tenho algo a dizer: eu acho que a imprensa brasileira presta um grande desserviço ao país ao abrir suas páginas nobres a pessoas condenadas por corrupção. Pessoas condenadas por corrupção devem ficar no ostracismo. Faz parte da pena", afirmou o presidente do Supremo. "No Brasil, estamos assistindo à glorificação de pessoas condenadas por corrupção à medida em que os jornais abrem suas páginas a essas pessoas como se fossem verdadeiros heróis", afirmou.

Ao defender o "ostracismo" aos condenados, Barbosa expressa o desejo de que todos fossem mandados a uma espécie de desterro. Mas de quem a história se lembrará: do juiz do Supremo Tribunal Federal que pode se converter em político ou de personagens como José Genoino e José Dirceu?

Abusos cometidos por Barbosa na execução das penas da Ação Penal 470 motivaram um manifesto de intelectuais e juristas contra suas arbitrariedades (relembre aqui). 

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