"Ao acusarem o ex-presidente, acusarão a dezenas de milhões
de brasileiros",
protesta o texto do manifesto do Blog da Cidadania,
ligado ao Movimento dos Sem-Mídia
Diante dos ataques e as recentes denúncias contra o
ex-presidente Lula, o Blog da Cidadania - o mesmo que criou um manifesto em
defesa do ministro do STF Ricardo Lewandowski - lançou uma campanha em defesa
de Lula. "Ao acusarem o ex-presidente, acusarão a dezenas de milhões de
brasileiros. Inclusive a este que escreve", publica o administrador do
site, Eduardo Guimarães, presidente do Movimento dos Sem Mídia. "Deixe sua
mensagem de apoio ao homem que ergueu o Brasil e que está sendo trucidado por
isso", convida o blogueiro.
Abaixo, texto que, segundo o site, contém uma exposição de
motivos que motivaram a campanha:
Estando em pleno gozo de todos os direitos políticos e de todas
as demais garantias individuais concernentes à cidadania brasileira, diante da
campanha hedionda de difamação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ora
promovida por seus adversários políticos (declarados e enrustidos), venho fazer
uma declaração.
Acompanho a trajetória de vida do ex-presidente desde a campanha
eleitoral de 1989. Dá quase um quarto de século. A cada dia desses 23 anos, com
intervalos de nem uma centena de dias, se tanto, vi e ouvi todo tipo de
acusação contra ele. Todo tipo que se possa imaginar.
Naquele 1989, os mesmos grandes meios de comunicação que hoje,
após tanto tempo, continuam lançando acusações análogas às de outrora contra o
ex-operário, chegaram a convencer o Brasil de que ele era mais rico do que o
adversário Fernando Collor por morar em uma casa emprestada por um empresário.
Acompanhei a vida de Lula, desde então. Como tantos sabem,
sobretudo seus inimigos, ele não enriqueceu com a política. Muito pelo
contrário, seu patrimônio – sobre o qual seus adversários construíram tantas
farsas – não é tão maior do que era quando disputou a primeira eleição
presidencial, há 23 anos.
Lula poderia ter tirado quanto quisesse da política, se
quisesse...
Ele nunca se desviou do caminho que aquele que acompanhou a sua
vida sabe que era o que verdadeiramente perseguia, o de dar ao filho do
"peão" oportunidades menos inferiores às dos filhos dos janotas
empertigados que se julgam melhores do que o resto por terem um sobrenome de
origem européia e um canudo de papel outorgado por uma universidade.
Esse homem, com sua instrução rudimentar, ainda na minha
juventude fez com que eu, que estudei nas melhores escolas de São Paulo,
pudesse entender que um país injusto como o Brasil não é bom para ninguém, e
que só com a igualdade de oportunidades é que poderia fazer jus ao conceito
fundamental de nação.
É inevitável fazer a analogia entre a luta de Lula contra
legítimos impérios empresariais e as mais poderosas forças políticas –
começando por uma ditadura – e o conto bíblico da vitória do jovem e franzino
David sobre o poderoso gigante Golias. Afinal, Lula venceu um gigante
monstruoso. E venceu três vezes.
Dirão que construí, para mim, uma imagem romanceada de um
político como qualquer outro. Mais uma vez provo que estão errados. Tenho todas
as justificativas racionais do universo para dizer que Luiz Inácio Lula da
Silva jamais traiu a minha confiança. O poder não o mudou e ele cumpriu todas
as promessas que me fez ao fazê-las a todos os cidadãos.
Lula fez seu povo – como ele mesmo diz, os feios, os
desprezados, os pobres e desesperançados – melhorar de vida como jamais
ocorrera e alçou o Brasil a uma era de ouro. E o principal: devolveu a
auto-estima aos brasileiros.
Agora, querem se vingar das derrotas acachapantes que Lula lhes
impôs. Querem macular seu legado com acusações farsescas, irresponsáveis,
criminosas. Querem, se possível, vê-lo encarcerado, pois foi sempre isso que
fizeram com adversários políticos desde que atiraram o país em uma ditadura
sangrenta.
Pois se essa afronta prosperar, dividirei, orgulhosamente, o
banco dos réus com o ex-presidente. E serei acompanhado por milhões. Mas como
só posso falar por mim, juro que, se Lula for a um tribunal, estarei ao seu
lado. E quando lhe perguntarem o nome, levantar-me-ei e direi que o meu também
é Lula.