Moradores de município cearense se sentem “abandonados” pelo Banco do Brasil
População está sem o principal banco da cidade, desde que criminosos explodiram agência.
Imagem: Jouse Meneses / Cedida por: Blog do Júnior Pentecoste
Parece coisa de cinema |
Desde que uma quadrilha – entre 10 a 15 integrantes – assaltou e explodiu o Banco do Brasil (BB) no município cearense de Pentecoste, na madrugada do dia 10 de abril deste ano, a vida de muitos moradores tem sido um transtorno. A única agência do banco naquela cidade está há mais de um mês fechada. Com isso, os clientes, muitas vezes, precisam se dirigir a cidades próximas para sacar e/ou realizar pagamentos. “O Banco do Brasil abandonou a nossa cidade. A fila nos Correios está enorme, ninguém respeita idoso, nada!!!”, comentou um morador que – procurou o OPINÓLOGO – prefere não ser identificado.
Temporariamente, as transações bancárias estão sendo feitas na agência dos Correios daquela cidade, pelo fato de ser um agente credenciado do banco. Mas a quantia para saques e depósitos diários é limitada, de acordo com o “blogueiro Júnior”.
Imagem: Johnys Pinho /
Cedida por: Blog do Junior Pentecoste
Segundo o primeiro morador citado, o banco teria, supostamente, prometido disponibilizar uma agência móvel com caixas eletrônicos, mas desde, então, isso ainda não ocorreu. Em nota, ao OPINÓLOGO, publicada na íntegra, o Banco do Brasil respondeu:
“Relativamente à interrupção do funcionamento da Agência do Banco do Brasil em Pentecoste, fazemos as seguintes considerações:
1. Tal ponto de atendimento encontra-se suspenso em razão dos danos provocados pela explosão criminosa que destruiu grande parte da dependência, comprometendo sua estrutura física e quase todos seus equipamentos eletrônicos, de comunicação e de segurança;
2. Aproveitamos para ressaltar a preocupação do Banco do Brasil com a interrupção do atendimento à comunidade local e ratificamos que nossas unidades de engenharia, arquitetura e segurança responsáveis pela Rede de Atendimento do BB vem se empenhando ao máximo para encontrar alternativas que viabilizem o restabelecimento normal das atividades da dependência no município de Pentecostes o mais breve possível;
3. Acrescentamos ainda que a previsão para abertura da sala de auto-atendimento da dependência é junho/12 e da dependência no segundo semestre de 2012, apesar de as obras de infra-estrutura seguirem em andamento sem prejuízo para o atendimento à população;
4. Informamos ainda que, até a abertura da dependência, os clientes e usuários dos serviços do Banco do Brasil podem se dirigir aos correspondentes bancários instalados no município, a exemplo da unidade do Banco Postal na agência dos Correios e de cinco estabelecimentos credenciados (farmácias e mercadinhos);
5. Acrescentamos que as dependências do Banco do Brasil instaladas nos municípios localizados na circunvizinhança também estarão disponíveis, a exemplo das dependências de Tejuçuoca, São Luis do Curu e General Sampaio, entre outras.
6. Aproveitamos também para divulgar a disponibilidade dos canais alternativos de atendimento oferecidos pelo BB, a exemplo da Internet (www.bb.com.br), da Central de Atendimento BB (4004 0001 (Capitais e Regiões Metropolitanas) ou 0800 729 0001 (Demais Localidades)), do Atendimento Via Celular e do Gerenciador Financeiro para atendimento às empresas”.
Além do BB, existe apenas uma agência do Bradesco, que teria sido inaugurada há pouco tempo, contou o primeiro morador.
Só quem não respondeu ao OPINÓLOGO foi a Prefeitura. No último domingo (20/5), este site entrou em contato, já se passou quase uma semana e até agora, nada!!! Diante de uma situação dessa que está afetando a toda uma população, o órgão jamais poderia ficar em silêncio. Inclusive, conforme divulgado pelo blogueiro, a administração municipal teria decretado ponto facultativo no dia 30 do mês passado, para que os funcionários pudessem receber seus salários.
Imagem: Jouse Menezes /
Cedida por: Blog do Junior Pentecoste
Interior da agência completamente destruído |
A explosão repercutiu em todo o país e mexeu com a vida daquela cidadezinha de 34,8 mil habitantes, localizada a 89 km da capital Fortaleza, segundo dados daquela Prefeitura.
Os criminosos teriam se dividido: enquanto uma parte assaltava a agência, a outra disparava tiros de fuzis, escopetas e pistolas contra a delegacia e as viaturas, para impedir a ação dos militares. Na ocasião, três funcionários de um hospital ao lado do banco teriam sido seqüestrados e logo, liberados, publicou o “Diário do Nordeste”.
Dados do Sindicato dos Bancários daquele estado mostram que lá o problema de segurança é sério, uma coisa meio que “faroeste”: no último dia 18, por exemplo, um bando teria explodido dois caixas eletrônicos do Banco do Brasil e do Bradesco, no município vizinho de Apuiares. Houve disparos contra a Polícia, ninguém ficou ferido e o grupo teria fugido com a grana. Já no dia 27 do mês passado, uma gerente do banco Itaú e o vigilante teriam sido rendidos por dois criminosos de terno e gravata. R$ 140 mil foram levados.
As “saidinhas de banco” e as explosões já se tornaram comuns no Ceará. Apenas entre janeiro e maio deste ano, pelo menos 64 casos de ataques a bancos – nas mais diversas modalidades – teriam sido registrados, segundo o sindicato mencionado.