O Mundo está tomando conhecimento da conspiração feita no Brasil, pelo golpe


Estamos muito preocupados com o cenário nacional e internacional. A postura da presidente Dilma está comprometendo a imagem do país no exterior. Há setores [estrangeiros] que não conhecem os detalhes constitucionais e podem estar sendo enganados, disse o ex-ministro Romero Jucá, ao Valor Econômico, em 20 de abril deste ano; hoje, jornais do mundo inteiro estão tomados pela confissão do próprio Jucá, que, em conversa com Sergio Machado, revelou que o impeachment foi uma trama de políticos corruptos para promover uma troca de governo e conter as investigações; tanto o New York Times como O Guardian, jornais mais influentes dos Estados Unidos e da Inglaterra, falam em conspiração.

247 – Nada como um dia após o outro. Um mês atrás, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) dizia que a presidente Dilma Rousseff manchava a imagem do País ao falar em golpe.

Hoje, jornais do mundo inteiro estampam o golpe em suas manchetes, depois que Jucá foi flagrado num áudio em que dizia ser necessário trocar o governo para que políticos corruptos estancassem a sangria das investigações.

Leia, abaixo, reportagem do Valor de um mês atrás:

Dilma mancha imagem do Brasil com tese de golpe, diz Jucá

Por Estevão Taiar, no Valor, em 20 de abril de 2016

SÃO PAULO  -  (Atualizada às 13h34) Presidente do PMDB, o senador Romero Jucá (RR) disse nesta quarta-feira que o governo Dilma Rousseff vem manchando a imagem do Brasil no exterior com o discurso de que o processo de impeachment da petista é um “golpe”. Ele afirmou que concederá uma entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros em breve para expor a visão do PMDB sobre o processo. As declarações foram dadas após reunião com o vice-presidente da República, Michel Temer, em São Paulo.

“Estamos muito preocupados com o cenário nacional e internacional. A postura da presidente Dilma está comprometendo a imagem do país no exterior. Há setores [estrangeiros] que não conhecem os detalhes constitucionais e podem estar sendo enganados”, disse ele, reforçando que o processo de impeachment “foi aceito pelo STF” e que “não há nenhuma anormalidade”.

Jucá afirmou que a Operação Lava-Jato e a investigação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as contas da chapa Dilma/Temer têm “todo o apoio” do PMDB, assim como as investigações envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Não coibiremos investigação, não há ninguém acima da lei”, disse. Ele afirmou que Temer “não teme” as investigações do TSE porque o líder pemedebista e a presidente Dilma “são pessoas distintas” de “partidos distintos”, portanto as acusações do tribunal não teriam a ver com Temer.

Ele negou que haja um acordo para salvar Cunha das acusações das quais é réu, mas não quis comentar as manobras feitas na Câmara para dificultar o processo contra o deputado carioca. “Isso é assunto interno da comissão de ética da Câmara”, disse. “Todo mundo têm o direito de se defender. Não há mal em ser acusado, mas sim condenado.”

Equipe de governo e eleições

Jucá afirmou ainda que Temer “está atuando” para montar uma eventual equipe de governo, mas que “nenhum convite foi feito”. “Não é uma espera paralisante. Ele está conversando com muitas pessoas, coletando informações, tem conversado com vários setores da área econômica”, afirmou.

Por fim, ele chamou de “manobra diversionista” as eventuais convocações de eleições antecipadas, como é defendido por membros do PT. “Isso, sim, é golpe. Qualquer redução ou ampliação de mandato é inconstitucional”, disse.

Também presente ao encontro, o aliado de Temer e ex-deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) partiu para o ataque nesta quarta-feira e acusou a presidente Dilma de “denegrir” a imagem do Brasil ao classificar o processo de impeachment como um “golpe” contra seu governo.

“Eu acho que a presidente tem que parar com essa história de se vitimizar e denegrir a imagem do Brasil. A presidente tem que respeitar a Constituição e parar com essa conversa fiada de que houve um golpe”, disse Geddel. “O povo brasileiro precisa entender que houve, sim, crime de responsabilidade. Ela feriu a Constituição, feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal.”

O pemedebista também criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nos últimos dias exortou a militância petista a ir às ruas e recomendou ao PT que trate um eventual governo Temer como ilegítimo. Para Geddel, Lula, como ex-presidente, deveria estar “pregando a paz e o respeito à Constituição”, em vez de adotar o “discurso bobo do golpe”, tendo em vista que o processo de impeachment está sendo conduzido de acordo com a Constituição.

Geddel lembrou que o PT e Lula pediram o impeachment de tantos presidentes e dizem agora que é golpe. "Eram eles golpistas? Essa é a pergunta que eles têm que responder”, disse Geddel, que ocupou o ministério da Integração Nacional no segundo mandato de Lula.

O pemedebista ressaltou que, após a votação “pífia” obtida pelo governo na Câmara no último domingo, a presidente “perdeu as condições” de governar. Ao comentar o andamento do processo de impeachment, Geddel disse que o “Brasil quer pressa” e pediu “uma manifestação o mais rápido possível do Senado”, embora tudo tenha que ser feito dentro do que “determina a Constituição e o rito”.

Questionado sobre a montagem do ministério de um eventual governo Temer, Geddel disse que não há, em sua avaliação, “articulação ministerial”, mas “muita especulação” a respeito do assunto. Segundo o pemedebista, o vice-presidente está escutando a todos e montando um “mosaico” para, em caso de o Senado decidir pelo afastamento da presidente, “ter soluções para apresentar à sociedade brasileira”, dada a “gravidade” da crise econômica.

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