Fernando Soares depõe à Polícia Federal e deve negar ligação com partido

Lobista é acusado de ser operador do PMDB no desvio de recursos da Petrobras


CURITIBA - O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, já presta depoimento na Superintendência da Polícia Federal, onde está preso. Ele se entregou à polícia na noite de terça-feira depois de ser considerado foragido e ter seu nome incluído na lista da Interpol. Fernando Soares é apontado pelo doleiro Alberto Youssef como operador do PMDB no desvio de recursos da Petrobras. Na imagem ao lado no momento que chegava ao IML para exame de corpo de delito na última quarta feira.

Segundo o advogado Mário Oliveira Filho, Fernando Soares vai confirmar que mantinha negócios lícitos com a Petrobras, porém, vai negar que tenha ligação com o PMDB.

O Sistema de Atendimento ao Poder Judiciário do Banco Central informou à Justiça Federal de Curitiba que foram bloqueados R$ 8.873,79 da conta de Fernando Soares. A sua conta não foi a única a ter dinheiro bloqueado. Até quinta-feira, haviam sido bloqueados R$ 47,2 milhões nas contas de 16 dos presos na sétima fase da Operação Lava Jato, a maioria dirigentes de empreiteiras, e de três empresas.

PMDB TENTA SE DISTANCIAR

A cúpula do PMDB tenta se distanciar de Fernando Soares. A intenção é utilizar o discurso de que Baiano pode ser conhecido de alguns peemedebistas, mas não é ligado ao partido. Integrantes do partido já lembram que depoimentos mais recentes apontaram ligação de Fernando Baiano com Néstor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional a Petrobras, que teria sido indicado para o cargo pelo PT. Cerveró está sendo investigado pela compra da refinaria de Pasadena. O líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse na última segunda-feira ao GLOBO que "não tem nenhum relacionamento ou relação com Fernando Baiano", mas admitiu que o recebeu, em seu escritório no Rio, na condição de representante da empresa espanhola Acciona, que fez obras no Rio em empreendimentos de Eike Batista. Cunha vem dizendo a aliados estar tranquilo com as investigações.

A defesa de Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente executivo da Mendes Júnior, ingressou na Justiça Federal com pedido “sui generes” nesta sexta-feira: o de troca de pedido de prisão preventiva por outras medidas cautelares. Segundo o advogado Marcelo Leonardo, Cunha Mendes se compromete a não participar de cartel de empreiteiras nem fazer doações durante campanhas eleitorais. No pedido, que ainda será analisado pela Justiça, ainda foram acrescentados como medidas cautelares o executivo entregar o passaporte, não sair de casa à noite, entregar documentos e se apresentar à Justiça quando solicitados.

A defesa alega ainda que o empresário teve bloqueados R$ 700 mil na sua conta corrente. - Ao contrário de outros investigados, ele não zerou a sua conta. Ele tem os requisitos para deixar a prisão - disse o advogado. O Globo

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